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Bicicleta estrada "all-road"

RTC

Moderador
Staff member
Começam a aparecer no mercado algumas bicicletas de estrada mas construídas para terem um uso misto, que tanto se adaptam ao alcatrão como à terra.

A GT e a Specialized irão lançar os seus modelos, a Grade e a Diverge, respectivamente.

http://velonews.competitor.com/2014/06/bikes-and-tech/leaked-specialized-diverge-road-bike_331348
http://www.bikeradar.com/road/news/article/specialized-diverge-gravel-bike-launching-soon-41309/
http://www.bikerumor.com/2014/06/14/first-look-gravel-crushing-new-gt-grade-road-bike/
http://road.cc/content/news/121171-first-look-gt-grade-road-bike


Confesso que estou curioso e pretendia saber mais sobre este tipo de bicicletas. Sou, acima de tudo, um praticante de btt que usa a bicicleta de estrada no dia a dia, tanto para treino como para convívio. Tanto gosto andar em estrada como de btt.
Vivo numa zona privilegiada para a prática de ambas e misturado com algum gosto por aventura, vejo nestas novas gamas uma hipótese de uma compra futura.
São inúmeras as voltas que posso fazer na minha zona começando em alcatrão mas de imediato, se me der na cabeça, entrar por um estradão aí fora até me apetecer voltar ao alcatrão...

Além do que vejo na net, pouco mais sei. Mas também sei que não pretendo uma pura bicicleta de ciclocross.

Alguém sabe se existem mais modelos ou opções para uma bicicleta deste tipo?
 

Skyforger

Active Member
Começam a aparecer?? Este tipo de bicicletas já existe há muitos anos (ou arrisco mesmo dizer que sempre existiu), o mercado é que nunca se virou para elas e ficaram limitadas a um público mais específico. As grandes marcas estão, de facto, a apostar mais neste conceito de bicicletas, um pouco a reboque da questão dos discos, mas não me parece mais do que puro marketing!!

Com um pouco de pesquisa, vais ver que a maioria das "grandes marcas" já apresentam este tipo de bicicletas há muitos anos, não só as de ciclocross, como bicicletas mais vocacionadas para o conforto e para a polivalência. Simplesmente nunca foi uma aposta que valesse a pena ser divulgada em larga escala, porque simplesmente não existe procura que o justifique e o mercado não estava apontado para aí. Portanto, aquilo que a Specialized, a GT ou tantas outras estão agora a apresentar não é propriamente novidade para ninguém...bem, talvez para aqueles que nunca olharam para este tipo de bicicletas com olhos de ver isto possa parecer novidade.

Se saíres da zona de conforto das "grandes marcas", vais encontrar fabricantes de bicicletas que já apostam neste conceito há muitos anos, com ideias muito atractivas, fiáveis, de qualidade e que fogem ao aborrecimento das marcas convencionais. Pesquisa marcas como a Singular, a Cielo, a Surly, a Salsa, a Jaegher, a Genesis, entre outras e vais encontrar imensas opções fantásticas. Depois tens as marcas ligadas ao titânio que já há muito exploram este conceito, desde a Seven, à Van Nicholas, à Lynskey, só para citar as mais óbvias. Basicamente, se entrares pelo mundo do touring, do light touring, do conceito de bicicleta mais virada para o conforto e menos para a performance, vais encontrar muitas opções, muitas delas com quadros em aço e titânio (os materiais de eleição), mas dentro das marcas mais badaladas encontras alumínio e carbono. É tudo uma questão de sairmos da nossa zona de conforto e alargarmos horizontes.

Há uns tempos discutiu-se sobre isto num tópico aqui no fórum : http://www.forumciclismo.net/showthread.php?8364-As-quot-desconhecidas-quot-onde-estão

Mas passando da teoria à experiência, eu próprio andei recentemente a ponderar imenso apostar numa bicicleta dentro deste conceito. Adoro-as, simplesmente! Vi muita coisa, li muita coisa, falei com algumas pessoas, ponderei muito, mas acabei por não seguir esse caminho. E porquê? Porque considero que, apesar das vantagens inequívocas que essas bicicletas oferecem, acabam por desenrascar-se bem em estrada e fora dela, mas acabam por não ser especialmente boas em coisa nenhuma! Ou seja, nunca esperes com uma bicicleta destas tirar o partido na estrada que tiras com a tua de estrada, nem fazer aquilo que fazes com a tua de btt. Estas bicicletas situam-se algures a meio caminho entre os dois lados, oferecendo a tal polivalência e dando liberdade de, na mesma volta, podermos sair do alcatrão e entrar pela terra (nada de muito agressivo, convenhamos), mas podem deixar frustrado quem procure fazer a mesma coisa que faz actualmente com a sua bicicleta de estrada ou de btt puras. Cada macaco no seu galho e a opção por uma bicicleta destas não poderá passar apenas pela simples mudança de bicicleta, mas pela mudança de todo um paradigma sobre a forma como encaramos a bicicleta e os objectivos que pretendemos alcançar com ela. No meu caso, tendo já uma bicicleta de estrada que considero confortável e minimamente versátil para me meter em caminhos ligeiramente acidentados, achei que não se justificava a opção por uma bicicleta deste género (por mais que o coração puxasse para isso), pois achei que iria ficar com duas bicicletas demasiado semelhantes. Mas para quem quer apenas uma bicicleta, para quem tem btt e pretende fazer estrada de uma forma mais descontraída, para quem tem um espírito mais de partir à aventura com calma e de forma confortável, este tipo de bicicletas pode ser uma solução.
 

RTC

Moderador
Staff member
Skyforger, muito obrigado pela tua opinião.
De facto, acabo por ver que tens toda a razão quando dizes que é um conceito que já existe há muito tempo. E deste exemplos de modelos e marcas que eu até próprio conhecia e pensando bem, sabia que tinham algo parecido.
Mas parece que fui iludido pela maneira como esses dois modelos que referi foram apresentados. Dá ideia que não havia até agora não havia nada parecido, quando, se calhar há!

Este tópico criei-o mais com o intuito de se discutir o conceito e apresentar opções, tal e qual como a tua resposta.
Vendo que tens conhecimento sobre o assunto, quem quiser uma bicicleta para este fim de aço/alumínio, tens algum modelo em especifico que gostes ou que possa recomendar? Óbvio se ponderar a compra de uma bike destas, não tenciono gastar balúrdios numa Specz ou marca de renome sabendo que há muitas outras marcas que fazem o mesmo por muito menos. Não fosse eu possuidor de uma On-One. ;)
 

pratoni

Well-Known Member
As gravel bikes e as correpondentes gravel races estão muito na moda nos EUA daí a esta aposta recente das marcas mais mainstream...

Por exemplo a Kona tem a Rove e a Rove TI...
 

Adamastor

New Member
Eu ando a ponderar (mesmo) comprar este conceito de bike (ciclocross), como não sou atleta profissional e não sou fanático por tempos e leveza das bicicletas, acho este tipo de bicicleta muito mais capazes para umas tiradas em estrada, mais polivalentes e acima de tudo bem mais confortáveis. Fiz Surf durante muitos anos e fiquei com algumas mazelas nas costas e depois de muito analisar/pesquisar, este tipo de bicicleta é o mais indicado para mim, já para não falar que até a usas no dia dia se quiseres.

Contudo não deixo de concordar com o texto do Skyforger, quem estiver focado apenas na performance em estrada, tem que ter uma bicicleta que tenha sido pensada exclusivamente para o efeito.

Mas para este tipo de bicicleta tambem te aconselho a ires para bicicletas em aço ou se poderes gastar algum em titanium.

Se pretendes referencias, eu deixo-te aqui uma bike que está como minha primeira escolha (só não é propriamente barata)

http://www.kinesisbikes.co.uk/bikes/decade/tripster-atr
 

pratoni

Well-Known Member
Cuidado com a associação das bikes de ciclocross com um suposto conforto.

Se pegares numa bike de ciclocross pensada exclusivamente para competição, poderá ser tão ou mais desconfortável que uma estradista pura.
 

Skyforger

Active Member
RTC, pois é, é o marketing no seu melhor, com o poder de nos fazer acreditar que estamos perante uma grande inovação e algo completamente revolucionário quando, na verdade, é algo que já existe há tanto, mas tanto tempo. No entanto, admito que até achei piada a essa GT que apresentaste :) . Mas já agora, olha aí uma prova de que bicicletas polivalentes não são novidade nenhuma:

tumblr_n7b6jkohh61qdw1kro1_500.jpg


Quanto à questão de gastar balúrdios numa marca de renome na esperança de encontrar opções mais baratas em fabricantes mais pequenos, aí poderás estar algo enganado. Também eu tinha essa ideia antes de começar a pesquisar sobre estas bicicletas, mas cheguei à conclusão que os melhores preços conseguem-se mesmo nas marcas de renome. E porquê? Porque produzem em maiores quantidades, de uma forma padronizada e sem grandes preocupações ao nível do pormenor e dos materiais. Sinceramente vi poucas coisas dentro das marcas de renome, mas ainda andei a ver as Specialized Tricross e um modelo ou outro da BMC, Cannondale e Trek que também existem dentro deste conceito. Não são bicicletas baratas e só mesmo a Tricross ainda prendeu um pouco a minha atenção porque consegue-se a um preço razoável, mas não deixa de ser um quadro de alumínio com equipamento de entrada que não justifica o valor e que, no final de contas, não deixa de ser apenas mais uma Specialized. Quem pretende manter-se dentro das marcas mais convencionais, há escolha dentro deste conceito, mas não esperes algo muito diferente daquilo que já existe ao nível dos modelos de estrada e de btt dessas mesmas marcas. No meu caso, tomei como princípio que se fosse para optar por uma bicicleta deste género seria para fugir ao óbvio e para procurar algo diferente. O problema é que a diferença paga-se! Há vários pequenos fabricantes (alguns verdadeiros artesãos) que constroem este tipo de bicicletas a uma escala muito reduzida, com muita atenção ao pormenor e, em muitos casos, à medida do cliente, mas, como podes imaginar, esta exclusividade paga-se bem cara! Dentro daquelas que mencionei atrás, a Cielo é a minha preferida, a marca do Chris King, mas o frameset anda sempre acima dos 2000€! A Salsa, a Jaegher, entre outras marcas mais desconhecidas também fazem coisas muito interessantes, mas igualmente caras. Depois começam a aparecer opções mais em conta dentro da Surly (ainda assim sempre acima dos 1300€), da Singular e da Genesis. A Genesis foi aquela que mais me prendeu a atenção em tudo o que vi, principalmente os modelos Cdf e Croix de Fer. E prendeu-me a atenção porque apresentam bicicletas muito interessantes a preços muito razoáveis, 1041€ e 1409€ respetivamente, e também porque o importador da marca em Portugal é da Marinha Grande, a 20 km de minha casa. Como sei que és da zona das Caldas da Rainha, também é algo que deves ter em conta. Estive praticamente para fechar negócio por uma destas bicicletas e não o fiz porque o lado racional começou a falar mais alto, ou seja, ficaria com uma bicicleta que, no fundo, são seria muito diferente da minha actual de estrada e com a qual também não poderia ambicionar fazer grandes coisas fora de estrada porque, obviamente, tem limitações que já não se impõem a uma BTT. E depois pesou a relação qualidade/preço. Estamos a falar de excelentes quadros em aço que, apesar de intemporais e eternos, apresentam sempre um peso considerável. Mas isso para mim pouco importava, o que me fez realmente torcer o nariz foi o equipamento que estas bicicletas trazem, normalmente coisas nas gamas Sora, máximo Tiagra e com um peso do conjunto final a atirar-se facilmente para os 11 a 12 kg! Claro que tudo depende da importância e do valor que o factor peso tem para nós, mas achei 1400€ numa bicicleta com estas características um investimento elevado. Se fosse a minha única bicicleta, teria sido a minha opção. Mas como segunda bicicleta, e quando já tenho uma de estrada também em aço, achei que não seria a opção mais lógica e desisti da ideia. Outro modelo que cheguei a considerar, e uma vez falaste da On One, foi a Planet X Kaffenbak 2, que fica na casa dos 850€, mas o facto de ser mais vocacionada para o ciclocross e o facto de ser coisa para pesar 11,5 kg e não apresentar grandes argumentos para o off road acabou por afastar a minha ideia.

Outra coisa de que te vais aperceber é que quando falamos em bicicletas polivalentes mais viradas para o conforto normalmente todos os caminhos vão dar ao aço e ao titânio. Dentro das marcas grandes vais encontrar alumínio e carbono (a preços elevados), mas nestas marcas que mencionei atrás e na generalidade destes fabricantes pequenos predomina o aço e o titânio. Não sei qual a tua opinião e abertura a estes materiais, mas é algo que deves ter em consideração.

Mas ficam aí algumas fotos destes e de outros modelos para te inspirares :)

5044323056_84f0aaf4df.jpg


big_622_BB.jpg


cielo_crossracer_disc_full.jpg


genesis_cdf_14_1000.jpg


genesis_croix_14_1000d.jpg


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large_Illspitz_TS_web.jpg


planet_x_cx.jpg


vaya_ti_1.jpg


pratoni, tens toda a razão com esse cuidado na associação das bicicletas de ciclocross com conforto. Muita atenção a isso. Uma bicicleta vocacionada para o ciclocross tenderá a ser até mais desconfortável que uma de estrada devido à sua geometria projectada para a competição. Não confundam bicicletas de ciclocross com bicicletas polivalentes, all road, gravel, ou que lhe queiram chamar. A própria Specialized apresenta um modelo para ciclocross, as Crux, vocacionadas para a performance e apresenta as Tricross mais vocacionadas para o conforto. Nestes fabricantes mais pequenos e exclusivos que elegem o aço e o titânio como materiais de excelência normalmente não constroem para ciclocross puro, mas sim para o conforto em todo o terreno. Mas nas grandes marcas já existe o risco de vos impingirem um modelo de ciclocross como uma bicicleta polivalente e confortável que, no fundo, não o é.
 

Adamastor

New Member
Skyforger, desde já obrigado pela tua opinião, bastante esclarecedora.

"Outra coisa de que te vais aperceber é que quando falamos em bicicletas polivalentes mais viradas para o conforto normalmente todos os caminhos vão dar ao aço e ao titânio. Dentro das marcas grandes vais encontrar alumínio e carbono (a preços elevados), mas nestas marcas que mencionei atrás e na generalidade destes fabricantes pequenos predomina o aço e o titânio. Não sei qual a tua opinião e abertura a estes materiais, mas é algo que deves ter em consideração."

Completamente de acordo, as grandes marcas ficam-se pelo aluminum (talvez a pensar no preço) mas no geral bem mais desconfortáveis do que todos os outros tipos de materiais, ou carbono e aqui o preço manda.

Pessoalmente sempre me fascinou este tipo de bicicletas "artesanais", têm carisma, pormenor.... percebo que quem procura exclusivamente perfomance não complique e vá para as marcas generalistas.

Não tenho duvidas que a minha proxima bicicleta passa por uma coisa destas, pelas razoes que já enumerei e porque continuo achar que nada chega a um bom aço.
Acho as Genesis espetaculares preço/qualidade/geometria.
 

Skyforger

Active Member
Adamastor, as grandes marcas não apostam em materiais nobres como o aço e o titânio porque simplesmente o público alvo dessas marcas não está interessado nesses materiais. São marcas que pretendem, acima de tudo, vender aquilo que os "pros" usam ou que é o último grito da tecnologia e que procuram atrair um público mais vasto, mais generalista, mais comercial e interessado em ter a bicicleta igual à do Contador, à do Armstrong ou à do Absalon. Não há dúvidas que a maioria dos utilizadores/consumidores de bicicletas na hora de decidir a compra optam pelo material mais badalado, pelo mais sofisticado, pelo mais leve, pelo mais rápido, pelo que o aproxima mais dos seus ídolos e aí o alumínio e o carbono dominam claramente o mercado. As grandes marcas apostam assim nestes materiais porque são incomparavelmente mais fáceis de vender e muito mais baratos e fáceis de produzir, recorrendo a moldes e a produção em série que, por outro lado, permite um preço mais atractivo para o consumidor. No entanto, também encontras algumas das chamadas grandes marcas que ainda fabricam modelos em aço e em titânio (algumas marcas mais clássicas ainda o fazem, lembro-de de ver um modelo da Trek em aço e, puxando a brasa à minha sardinha, tens o exemplo da Colnago que ainda produz o modelo Master em aço), mas normalmente são modelos produzidos em muito menor escala e dirigidos a um público mais específico.

Quem procurar fugir um pouco às tais grandes marcas e à lei do alumínio e do carbono, encontra todo um novo mundo de opções que se abrem...haja dinheiro...então quando entramos pela produção à medida do cliente, estilo alfaiate, haja mesmo muito dinheiro :) ! Mas lá está, tal como tu, acho que este tipo de marcas e modelos menos divulgados e mais restritos apresentam um carisma, um pormenor, uma personalidade que, para quem dá valor a isso, não sente numa marca mais generalista. Quanto ao nada chegar a um bom aço, acho que essa afirmação já daria para outra discussão à parte, mas daquelas que nunca chegaria a lado nenhum porque há sempre quem goste e quem não goste e há que respeitar os gostos e os princípios de cada um. Confesso que sou fã do aço e ainda mais fiquei depois de ter tomado a decisão de me desfazer de duas bicicletas de carbono em prol do aço. Já me chamaram algumas coisas menos agradáveis....:) Mas muito sinceramente, tivesse eu orçamento para tal, e o titânio seria o material que elegeria para a minha bicicleta, ou, melhor ainda, gostaria de manter uma bicicleta em aço e uma em titânio...mas há que tomar opções cada vez mais racionais.

Bem, mas com isto já nos estamos a afastar demasiado do assunto do tópico. Em relação às tais bicicletas polivalentes, as Genesis são, de facto, muito apetecíveis. Como já disse, estive a um passo de avançar para a CdF ou para a Croix de Fer, mas acabei por não o fazer pelas razões que já mencionei lá atrás. Acho as bicicletas lindas e muito equilibradas e se tivesse na situação de ficar apenas com uma bicicleta, essa seria a minha escolha. Não sendo essa a situação, acabei por desistir da ideia, espero não me arrepender. Acima de tudo achei os 12 kg (na melhor das hipóteses) anunciados algo exagerados, pecando um pouco em alguns componentes. Mas face ao panorama do que se encontra por aí dentro desse conceito, dificilmente encontras uma melhor relação qualidade/preço.
 

pratoni

Well-Known Member
Outro factor que leva as marcas mainstream a apostar no alumínio em vez do aço, para além dos custos de produção, facilidade de produção em massa, peso etc e tal é que neste tipo de bikes que permitem uns pneus mais largos, por vezes, o suposto menor conforto do alumínio em comparação ao aço e titânio pode ser facilmente contrariado com uma menor pressão dos pneus ou mesmo pela opção de uns pneus maiores que vão permitir um maior conforto, segurança etc e tal...
 

Skyforger

Active Member
pratoni, tambem concordo em parte com esse argumento. E a esse podemos juntar outros como o facto do alumínio e do carbono permitirem tubagens mais largas, mais vistosas, permitindo colar o nome da marca em letras garrafais ou, porque não, o facto do alumínio e do carbono serem materiais mais voláteis, que perdem as suas características muito mais rapidamente do que o aço e o titânio e com um tempo de vida supostamente muito mais curto. Ora, às grandes marcas não interessa venderem bicicletas para a vida, interessa sim que o consumidor troque de bicicleta de x em x anos.
 

pratoni

Well-Known Member
nem mais skyforger!

Há quadros que parecem autenticos outdoors de publicidade às marcas...

Nem me estava a lembrar da política de usar e deitar fora, mas é bem visto sem dúvidas...
 

Skyforger

Active Member
nem mais skyforger!

Há quadros que parecem autenticos outdoors de publicidade às marcas...

Nem me estava a lembrar da política de usar e deitar fora, mas é bem visto sem dúvidas...


Por acaso há pouco tempo vi uma reportagem de investigação precisamente sobre este assunto da longevidade dos materiais e dos produtos que compramos. No caso das bicicletas poderá não ser tão evidente, mas no caso concreto dessa reportagem basearam a investigação mais em marcas de electrodomésticos, gadgets e automóveis e chegaram a algumas conclusões inquietantes. Gigantes como a Philips, a Sony ou a Apple (algumas das marcas visadas) "programam" os seus produtos para se durararem um determinado tempo de vida, recorrendo a técnicas tão simples como programar pequenos componentes que só eles fabricam para durarem X anos e os quais não podem ser substituídos, selarem o acesso a baterias, criarem encaixes próprios e programarem-nas para durar x anos (isto no caso da Apple é gritante), entre outros mecanismos que o consumidor acaba por assumir como normais! Julgo que a reportagem chamava-se algo do género "Programado para a Obsolescência"... Ás marcas interessa vender, como é óbvio, e interessa que os produtos não durem uma vida. Há inclusive uma associação norte-americana, criada por um ex-funcionário da Apple, que procura precisamente denunciar estes casos, desmontar estas artimanhas e contorná-las, provando que os produtos podem durar muito mas muito mais tempo do que aquele para que são "programados". Cabe a cada um de nós pensar nisto, estabelecer os seus princípios e tomar as suas decisões. Claro que é impossível alhearmo-nos totalmente a isto, como consumidores fazemos parte do mercado e, de uma forma ou de outra, estamos controlados por ele, mas é sempre possível mudar qualquer coisa no nosso comportamento/hábitos de consumo. Enfim, isto daria pano para mangas...:)
 

pratoni

Well-Known Member
E o que é mais gritante é em certos países como os EUA e o RU em que as garantias obrigatórias são de apenas 1 ano.

Na UE, pelo menos são de 2 anos.

Para mim, a melhor forma de defender o consumidor de esquemas como esse será aumentar o nº de anos da garantia obrigatório que um produto deve ter. Penso que já estava na altura de aumentar as garantias para 3 ou mais anos.

O sector automóvel já percebeu que ao dar mais anos de garantia ficam a ganhar, obrigando os consumidores a fazerem a manutenção na marca para preservar a garantia.

Na electrónica em que não há manutenção, os fabricantes não têm vantagens em ter grandes garantias porque, históricamente, e aqui não falo apenas no sector da electrónica, as marcas que produziam produtos para durarem uma vida foram à falência ou acabaram por ter muitos problemas financeiros...
 

fjota

Member
Por acaso há pouco tempo vi uma reportagem de investigação precisamente sobre este assunto da longevidade dos materiais e dos produtos que compramos. No caso das bicicletas poderá não ser tão evidente, mas no caso concreto dessa reportagem basearam a investigação mais em marcas de electrodomésticos, gadgets e automóveis e chegaram a algumas conclusões inquietantes. Gigantes como a Philips, a Sony ou a Apple (algumas das marcas visadas) "programam" os seus produtos para se durararem um determinado tempo de vida, recorrendo a técnicas tão simples como programar pequenos componentes que só eles fabricam para durarem X anos e os quais não podem ser substituídos, selarem o acesso a baterias, criarem encaixes próprios e programarem-nas para durar x anos (isto no caso da Apple é gritante), entre outros mecanismos que o consumidor acaba por assumir como normais! Julgo que a reportagem chamava-se algo do género "Programado para a Obsolescência"... Ás marcas interessa vender, como é óbvio, e interessa que os produtos não durem uma vida. Há inclusive uma associação norte-americana, criada por um ex-funcionário da Apple, que procura precisamente denunciar estes casos, desmontar estas artimanhas e contorná-las, provando que os produtos podem durar muito mas muito mais tempo do que aquele para que são "programados". Cabe a cada um de nós pensar nisto, estabelecer os seus princípios e tomar as suas decisões. Claro que é impossível alhearmo-nos totalmente a isto, como consumidores fazemos parte do mercado e, de uma forma ou de outra, estamos controlados por ele, mas é sempre possível mudar qualquer coisa no nosso comportamento/hábitos de consumo. Enfim, isto daria pano para mangas...:)

Só em relação ao ''programar para durar'' uma marca é obrigada a ter peças para uma vida util de 10 anos, a partir daí não tem que garantir as peças, mas convenhamos que hoje em dia quase ninguem repara seja o que fôr optando por comprar novo, devido aos custos da reparação, que a maioria das vezes são os acessórios que são bastante caros, depois há a mão-de-obra, deslocção...etc, fazendo as contas, olhando para o aparelho...compra-se um novo, com garantia de 2 anos, as reparações têm tambem garantia...já não me lembro de quanto tempo, mas acho que é 1 ano ou 6 meses.( refiro-me a electrodomesticos)

Quanto ao aumentar as garantias... é uma ''faca de 2 legumes'' nas bicicletas nem entendo bem o que querem garantir...Btt por exº...aquilo é destruir material, e depois querem garantia...(em certos níveis, é claro) hoje em dia usasse as coisas estraga-se mesmo, e depois querem novo porque tem garantia, não sabendo mesmo o que é uma garantia...
Por isso, 2 anos de garantia chega bem, a meu ver, saibam usar as coisas e nem garantia será preciso, e refiro-me a tratar devidamente, o que não acontece...refiro-me a electrodomesticos, que era o que eu trabalhava...disse trabalhava, pois o ''corte nos custos'' encostou-me na prateleira... aumente-se as garantias... há sempre quem não pense no resto, e isto é uma bola de neve...podem crer.

Concordo que tem que haver niveis de qualidade, isso sim, e sei que há produtos que nem deveriam ter sido pensados quanto mais construídos...:)
 

Skyforger

Active Member
A questão do programar para durar levanta questões gravíssimas que vão muito além da própria protecção do consumidor, até porque este, como o fjota referiu, já se habituou ao facto de quando algo avaria, na maior parte das vezes, acaba por comprar novo. Isto acontece muito por culpa daquilo que eu referi lá atrás, ou seja, as coisas são feitas para durar um determinado tempo e, quando avariam, há sempre um entrave que faz a reparação não ser uma aposta viável (o preço exagerado, a falta de acessórios compatíveis, as políticas das próprias marcas, etc..). O caso dos telemóveis é um bom exemplo disso. Quando a bateria morre, supostamente o problema resolvia-se com a troca da mesma. O problema é que ou a bateria custa mais do que um telefone novo, ou está selada e não a conseguimos trocar (caso da Apple), ou não encontramos baterias compatíveis. E à custa da bateria, um acessório de desgaste e perfeitamente mutável, acabamos por mandar fora todo um aparelho a funcionar na perfeição. Pensem nisto...E depois, como já disse, para além das consequências para o consumidor que isto acarreta, é todo um rol de desperdício de materiais e de geração de toneladas de lixo perigoso que resulta desta política do usar e deitar fora.

Bem, da minha parte acho que já chega de off topic, pois não era isto que se pretendia discutir aqui, embora se possam tirar analogias muito interessantes aplicadas aos materiais de quadros e aos componentes de bicicletas de toda esta conversa.

Entrando novamente no tópico, esqueci-me de mencionar outra coisa que me fez desistir da compra de uma destas bicicletas polivalentes, mais propriamente das Genesis, e que pode (e deve) pesar também na decisão de quem estiver interessado em algo semelhante. É que a nível de transmissão vêm equipadas com uma normalíssima transmissão de estrada, nomeadamente uma pedaleira 50-34 e uma cassete, se não estou em erro, de 28. Ora, esta é precisamente a relação que tenho na minha bicicleta de estrada e posso dizer que em desníveis mais acentuados esgoto-a rapidamente e lá ando com o dedo à procura de mais leve, restando-me cerrar os dentes e sofrer encosta acima. Perante uma bicicleta substancialmente mais pesada como a Genesis e com a qual podemos entrar em caminhos de terra batida nos quais, não raras vezes, surgem subidas bem puxadas (com o agravante da menor tracção derivada do tipo de piso), achei que uma relação de transmissão como esta seria um entrave. Ok, sempre se pode trocar por uma relação mais leve, há quem inclusive use transmissões de BTT em bicicletas deste género, mas aí já teria de andar a alterar uma bicicleta logo assim que a comprava. É só uma achega a mais uma característica destas bicicletas que deve ser tida em conta. A decisão compete a cada um. ;)
 

grouk

Active Member
pratoni, tambem concordo em parte com esse argumento. E a esse podemos juntar outros como o facto do alumínio e do carbono permitirem tubagens mais largas, mais vistosas, permitindo colar o nome da marca em letras garrafais ou, porque não, o facto do alumínio e do carbono serem materiais mais voláteis, que perdem as suas características muito mais rapidamente do que o aço e o titânio e com um tempo de vida supostamente muito mais curto. Ora, às grandes marcas não interessa venderem bicicletas para a vida, interessa sim que o consumidor troque de bicicleta de x em x anos.

não percebo esse argumento do carbono e alumínio serem voláteis, nunca vi carbono ou alumínio com ferrugem, já o contrario...
 

Skyforger

Active Member
não percebo esse argumento do carbono e alumínio serem voláteis, nunca vi carbono ou alumínio com ferrugem, já o contrario...

Confesso que agora não consegui perceber a associação da ferrugem à volatilidade dos materiais...
 

RTC

Moderador
Staff member
A questão do material a comprar ainda não foi seriamente pensado.
À primeira vista, o aço e titânio está fora de hipótese. Pelo menos aço na forqueta. Mesmo algumas opções que se falaram em aço são tão ou mais caras que algumas boas opções de alumínio e se calhar de carbono. Claro que também depende do equipamento.
Por exemplo e principalmente para quem já deu a sua opinião, quando olham para a On-One Dirty Harry LINK, vêem acima de tudo uma bicicleta de ciclocross ou algo que pode ser mais polivalente?
O que distingue acima de tudo uma bicicleta destas de uma de estrada mais polivalente, igual às que temos falado até aqui?
 

pratoni

Well-Known Member
Skyforger, por isso é que as polivalentes descenderam inicialmente das de ciclocross, porque as mesmas já tem uma transmissão mista que é mais polivalente que as de estrada mas não tão leve como as de btt.

Mas a questão é que, penso eu, para as marcas (principalmente as mainstream) sai mais barato arranjar transmissões de estrada e colocá-las em 10 ou mais modelos do que para 2 ou 3 modelos especificos encomendar transmissões de ciclocross ou variações algo esquisitas, que os fabricantes não têm para fornecer em massa, nem a preços tão baixos...

Só nos modelos puros de certas modalidades, como por exemplo as ciclocross de competição, é que colocam transmissões com relações mais especificas porque sabem que o cliente o vai exigir.
 
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