12-02-2012 Silveira - Fátima
Depois de algum planeamento e de saber que haveria a hipótese de fazermos coincidir a nossa peregrinação anual com o X Bênção dos Ciclistas em Fátima, optámos por realizar a nossa jornada no passado domingo. Embora soubéssemos que era um bocado insano sair de casa a pedalar ás 4h30 da manhã com temperaturas a rondar o 0ºC, e depois de estudarmos inclusive o sairmos de Alcobaça e não de casa, para chegar a horas a Fátima, optámos por fazer a coisa na integra e não nos preocuparmos tanto com o horário de chegada.
Tendo o evento sido combinado neste nosso fórum e no facebook, e apesar de terem sido alguns a manifestar vontade de nos acompanhar acabaram por ser á partida 4 elementos Pótrilhos, o Ricardo Oliveira (Amigos do Pedal) que se nos juntou em Torres Vedras, e o Hugo que se nos juntaria no Bombarral.
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Tudo preparado de véspera para que não faltasse nada…
Sendo assim começou bem cedo a nossa viagem. Pelas 4h40 da manhã lá estava eu a ligar para o Póvoa a saber se já tinham arrancado…
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Momento para mais tarde recordar no altar de Nossa Srª de Fátima, bem perto de casa.
Lá parti ao encontro dos meus companheiros, para me encontrar com eles nos Casalinhos de Alfaiata, bem perto da casa do Grande Joaquim Agostinho. Cerca de 5 minutos ao frio e lá chegaram eles. O andamento foi sempre calmo até porque o frio e o vento que se faziam sentir não deixavam margem para grandes velocidades, chegámos a Torres Vedras e juntámos mais um companheiro ao grupo, o Ricardo Oliveira, que na sua velhinha estradista de 10v se juntou a nós com uma boa disposição de fazer inveja.
O vento talvez o principal inimigo durante os 1ºs kms.
Chegado ao Outeiro da Cabeça tive que para parar atender o telefone. O Hugo já começava a desesperar com o tempo de espera, fruto dos atrasos acumulados e da pouca vontade de dar o corpo ao vento por parte dos meus colegas, ficando esse trabalho para mim e para o Póvoa.
Depois da breve paragem, vi-me, como se diz na gíria “Grego” para apanhar os meus companheiros. Fiz cerca de 10kms a bom ritmo até os conseguir “agarrar” um pouco antes do Bombarral.
Chegados ao Bombarral, juntamos o Hugo ao fraco pelotão e seguimos viagem…
Ás 6h15 mais um telefonema, desta feita o carro de apoio, o meu velhote (obrigada pelo apoio nas maluqueiras cá do puto) que estava quase a chegar ao pé de nós.
Ainda tentei tirar umas fotos em Óbidos mas a maquina não quis colaborar… Em busca de um café aberto acabamos por parar nas Caldas da Rainha junto á Rotunda Rainha Dª Lenor.
Aqui surgiu o 1º percalço do dia, o nosso “amigo do pedal” não conseguia tirar o pé do pedal (risos). Um dos parafusos do cleat saltou e o pobre do rapaz acabou por fazer o resto da volta só com um encaixe.
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O troço do percurso entre as Caldas e Alcobaça terá sido porventura o mais difícil, por volta das 7h15 da manhã o frio era tanto que nem sentia-mos as mãos… Só deu para aquecer um pouco na subida de Alfeizerão.
Sempre com a companhia do Hugo, também conhecido como Canondale_27 subimos a dita com relativa facilidade e acabámos por parar no fim da mesma para retirar mais lastro, subentenda-se, as lanternas e outras coisas desnecessárias para o resto da viagem.
Das 3 Torres, restaurante outrora local de paragem para muitos peregrinos, agora deixado ao abandono fruto da facilidade e rapidez oferecida pela A8, até Alcobaça foi um “tirinho”.
Os mais fortes, ou talvez os mais insensatos, optaram por fazer a “variante” de Alcobaça uma subidita com cerca de 10% de inclinação que deixa qualquer um de rastos, os restantes, eu próprio (sendo um bocado alérgico a grandes subidas) o Hugo e o Ricardo, optámos por fazer o “caminho” na íntegra e atravessar uma Alcobaça quase deserta. Breve paragem para o momento Kodak e vá de ir ao encontro dos restantes companheiros, já só os conseguindo “agarrar” a meio da subida que teria o seu termino em Aljubarrota. Pequena paragem para café e WC e si’mbora para os kms finais.
Até á Batalha a coisa correu relativamente bem a todos. Na subida antes do Reguengo do Fetal dei por mim á espera do Póvoa (nunca tal me tinha acontecido). Cada um tem o seu ritmo mas normalmente o Póvoa é bastante forte nas subidas. Só o ouvia dizer, “***** não me consigo habituar a estas mudanças”, fruto de uma bike emprestada sem treinos de habituação.
A ultima paragem foi para ir ao guarda fato para que pelo menos o “team” Pótrilhos chegasse a Fátima com a farda de Gala.
Faltavam 10kms e quase sempre a subir. Mais uma vez a Ana ligou o turbo e desaparece, sendo só seguida pelo nosso corredor (atletismo) o Francisco.
Dizia-me o meu pai, na paragem, que achava que tanto o Póvoa com o Ricardo não chegariam ao fim. Nada disso, já tantas vezes rebocado pelo Póvoa, fiquei eu e o Hugo com a responsabilidade de os “puxar” subida acima. Foram várias as vezes que parámos á espera, mas foram várias, também, as vezes que voltámos a vir busca-los. A mais caricata foi quando parámos um pouco a aguardar por ele e vem um companheiro na sua Cannondale subida acima com uma leveza que indicava no máximo umas 30 primaveras, qual não é o nosso espanto que após ter parado ao pé de nós para dois dedos de conversa, nos confidencia que já lá vão 70 primaveras e que as subidas já lhe custam um “pouquito”. !!! Ninguém diria, para quem vinha de Alcobaça… Ainda nos fez rir a bom rir quando se sai com esta “ É pá os rapazes da vossa equipa vem aflitos, pá…” Um bem aja pela força, juventude e companheirismo demonstrada pelo “cota da cannondale”…
Fizemos os últimos kms relativamente nas calmas visto que o Póvoa já “estava nas lonas”. Ainda houve tempo para sermos, literalmente, cilindrados por dois grupos bastante grandes de ciclistas. Pena é que tenham pouco respeito, tanto pelos companheiros de pedaladas mas também pelos carros, visto terem chegado á rotunda que dá acesso ás grutas de Mira D’Aire e terem “estacionado” sim, estacionados no meio da estrada…
Faltava pouco mais de 1km para Fátima, houve tempo ainda para uma gincana fruto das obras em torno do Santuário.
Cerca das 11h20 chegámos ao nosso destino, algumas fotos para a posteridade, e tempo para que cada um pudesse fazer o que se tinha proposto a fazer. O frio foi uma constante durante o percurso, mas creio que se sentia bem mais no Santuário, unicamente quebrado pelo calor humano da mancha de cores formada pelas centenas de ciclistas ainda presentes no Santuário.
Cada um de nós levava um objectivo, o meu agradecer pela fantástica família que tenho, e por ter recebido á exactamente 2 meses (no domingo) a maior dádiva que podia pedir, mais um filhote…
Com a sensação de dever cumprido separámo-nos dos nossos companheiros Hugo e Ricardo e dirigimo-nos para o carro que já se fazia tarde e ainda faltavam uns kms até podermos finalmente almoçar, já na companhia das famílias.
Bela almoçarada na casa do Póvoa bem regada que é como se quer, e muitas foram as histórias de voltas anteriores e planos para voltas futuras…
Até um próxima, numa estrada ou num trilho por aí…
Dados da Volta:
Distancia: 118.61kms
V. Max : 50.4 kmm/h
Tempo deslocação: 5h20m
Tempo parado : 1h10m
Deslocação Média: 21.5km/h
Acumulado: +/-1200mts
FOTOS:
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.2615074184217.2109184.1475942260&type=1