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Tróia Sagres em solitário!

Diogo112

New Member
Tróia a Sagres em solitário.
Olá amigos à hora que vos escrevo este relato, já estou sentado no meu sofá.
Este desafio, estava pensado há bastante tempo, era para ter sido realizado em Dezembro de 2012, acontece que não foi por me encontrar constipado, daí que foi adiado por cerca de 6 meses, como o que prometo, cumpro, a minha determinação jamais me impediria que não o tentasse.
Treinei bastante para poder estar nas melhores condições para levar a cabo esta viagem imbuída do espirito de aventura de outros audaciosos que tal como o António Malvar o fez, mas numa altura do ano bem diferente da habitual, quando se apanha 40ºC e o vento nem chega a fazer bulir as ervas do caminho ao lado da estrada.
A preparação:
Começou com alguns meses de antecedência, após o adiamento, com treinos específicos de cadência, força e resistência, muitas foram horas a pedalar para aprimorar a “máquina”, embora que por vezes não apetecesse mesmo, por causa do frio, da chuva e ultimamente do calor, ora fazia rolos (chuva), estrada e btt (frio e o calor). O meu maior inimigo é mesmo o vento.
Foi crucial alterar algumas coisas na alimentação, torna-la mais saudável e menos rica em coisas desnecessárias (gorduras e açucares).
No decurso da preparação ainda estive quase parado 3 semanas devido a lesão de um ligamento, fiz fisioterapia e recuperei bastante bem, voltei ao treino, mais resistente e mais cuidadoso comigo.
O estado do tempo e os dias antes da viagem:
De duas semanas de frio para a semana de extremo calor, foi algo que não contava encontrar, estava bastante apreensivo, pois o windguru não falhou, ia ter calor, tinha ainda que contar com o meu “amigo” vento, que felizmente durante a viagem não se manifestou muito, para meu bem.
O dia da viagem:
Começou bem antes do sol nascer (4H45), carregar o carro, e arrancar com destino a Setúbal, para “voar” no “Rola do mar” sobre as calmas águas do Sado, que nos iria levar até Tróia e dar o tiro de partida em direção a Sagres a minha terra de eleição para passar uma semaninha de férias em época alta, sem direito à confusão típica do restante Algarve, que decorre de Vila Real de Santo António até à Praia da Luz, pois daí para diante são cerca de 28 km de descanso impar.
Chegada a Setúbal às 06H15 (pois pensava que essa era a hora de partida do primeiro ferry boat), logo tive de esperar uma longa hora, que custou a passar devido à muita ansiedade, nervosismo e apreensão de como iria correr a viagem. Entrada no ferry e veio o retorno à calma, desfrutámos da paisagem linda que se usufrui da travessia do Sado, sentir a brisa fresquinha da manhã na cara é uma sensação única, saída do ferry e dá-se os primeiros cliques para registo desta insana viagem que se viria a encontrar devido ao clima que ia encontrar mais adiante.
A partida foi dada, começo a rolar calmamente para aquecer os músculos para os 202km que ia ter pela frente, atrás de mim segue o carro de apoio, conduzido pela minha ilustre e amada esposa, com o seu co-piloto que ia dando as preciosas informações de como estava a decorrer o meu desempenho. Logo pouco mais à frente a primeira paragem no posto de abastecimento de combustível na localidade de Torre, para tomar o pequeno-almoço e abastecer o carro de apoio.
A viagem decorre calma e sem grandes dificuldades, pois até Sines a estrada é um falso plano, que se consegue “devorar” os quilómetros sem preocupações de maior. A temperatura faz-se agora sentir um pouco mais elevada a cifrar-se nos 32ºC, continuo a pedalar e vou-me hidratando com regularidade para não “levar com a marreta”, o piso melhora significativamente, começo a rolar com mais força e começo a sentir o efeito da temperatura a subir 40ºC, já está ultrapassada metade da viagem 108km decorridos, já estou além de Vila Nova de Mil Fontes, pouco depois iriam começar as dificuldades, que tinham sido muito bem estudadas e como tal poupei-me todo o tempo desta viagem para a segunda parte da mesma pois ia começar o carrossel, que estava circunscrito aos kms 120 ao 183 (63km) de Odeceixe até ao topo da serra onde se situa a Carrapateira.
Paragem um pouco antes de São Teotónio para alimentar a prole e repor as minhas energias é então que marcha uma bifana e uma bela média Sagres, localidade que ia ser a minha meta. Cerca de 1hora de paragem devido à confeção das bifanas que ainda foram descongeladas à pressa para saciar tão esfaimadas gentes, depois de repostas algumas das calorias já consumidas, estava na hora de regressar ao asfalto e começar a segunda fase desta campanha.
Faço dois telefonemas antes da partida, para sossegar quem estava a aguardar as novas da viagem, vou pedalando com cautela e rapidamente entro na subida de Odeceixe, paragem a seguir à ponte que atravessa o rio e registo o momento de entrada no distrito do Algarve, dou inicio aquela que sendo a subida mais complicada é a que passa sem sobressaltos de maior.
A chegada à Carrapateira fez-se sem sobressaltos de maior, mas esta ultima subida que estava localizada entre os kms 173 e 183,3 como a batizei de “serra sem fim”, foi a que mais me custou, pois estes 10kms, mais pareciam os 170 do restante percurso já transposto, a desmotivação ataca-me, mas nada melhor que uma bela cantoria alusiva ao “Homem da marreta”, para o afastar de mim e ganhar nova vitalidade e facilmente atinjo o topo da serra sem fim estou agora no topo da Carrapateira e começa a descida alucinante da mesma até Vila do Bispo, estou nos últimos 20kms da minha “provação”.
Estes últimos kilometros são agora acompanhados por um outro camarada do pedal que efetuava o seu treino de fim de tarde e que maravilha me soube a companhia deste camarada da roda, ainda com um final a sprintar loucamente para conseguir fazer um tempo abaixo das 7H30 a pedalar, consegui com o tempo oficial de 7H24m51s, a uma média em andamento de 27,4Km/h. Terminada a odisseia hora de fazer as fotografias da praxe, e arrumar a bike no carro, ah e sem ter levado com a marreta que me iria garantir um empeno, alongamentos, toma do batido pós-treino e toca de ir descansar.
Faço os telefonemas da praxe a todos quantos aguardavam novas minhas, e sou saudado pela onda de apoio que não sabia que tinha tanta gente a torcer para que esta “odisseia” vingasse.
As fotos essas já foram entretanto publicadas, deixo aqui publicamente os meus agradecimentos aos que em mim acreditaram.
À minha esposa Olga Diogo e ao meu filhote André Diogo, pois sem eles esta aventura teria sido impossível de realizar.
À Mokotobikes e em especial ao Bruno Cristóvão que garante a preparação das minhas bicicletas, e lhes fornece o seu maior empenho e carinho na sua manutenção e fornece parte da suplementação.
À Natus, nas pessoas do Tiago e Ricardo Germano, pelo fornecimento da suplementação e aconselhamento técnico sobre a mesma.
Ao pessoal com quem pedalo aos fins de tarde, fins-de-semana e todos momentos que tenho disponíveis para pedalar, nomeadamente ao pessoal que pára na Mokotobikes, aos meus “irmãos da roda” os TNTbtt (Todos no trilho) pela ajuda neste ano que estou convosco muito me apoiam e acarinham e transmitem a confiança e saber para ultrapassar todas as dificuldades.
Ao João Marreiros e sua família com o seu sempre especial carinho, deram guarida a mim e aos meus em Lagos.
E também por fim um especial agradecimento a vós meus amigos que me leem e seguem nas redes sociais e fóruns alojados neste mundo “virtual”.
A todos vós, um muito obrigado.
 

Jusko

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Antes de mais parabéns :)

Esta é uma das aventuras que tambem quero fazer...tens ficheiro com o caminho que fizeste?
 

Diogo112

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Se tudo correr bem e eu me sentir preparado, quero fazê-lo integrado num pelotão, que seja com a mesma média que fiz ou seja com uma um bocadinho mais elevada, mas contem comigo novamente.
 

gonpalco

Member
Parabéns. No ano passado também fiz "quase a solo" por ter ficado para trás a tirar fotos.
Conhecendo o trajecto pelas inúmeras vezes feitas de carro e Mota, à medida que íamos passando os locais ficava admirado da rapidez (na altura com a de BTT e slicks de 1).
O que mais custou foi entre Sines e Vila nova milfontes pelo vento que se fazia sentir.
Ao chegar a Aljezur nem queria acreditar... A subida feita sempre a bombar, mesmo depois de tantos kms! A adrenalina é uma droga Linda! ;)
Descida para Lagos.... E chegada!

Este ano quero ir a Fátima, mas o Algarve ou outros destinos mais difíceis nao estão fora do pensamento. Haja tempo e paciência por parte da família.
Ida e volta ao Algarve deve ser um derradeiro desafio!:)

Venham as fotos, e mais uma vez parabéns pela viagem. Acredito que foi mais que passear ;)
 

Murplatina

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Boas,

Mts parabéns pelo desafio, as condições não foram fáceis mas foi feito.
Este ano se td correr bem em Dezembro tb quero participar.
 

Diogo112

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Armando

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Parabéns Diogo, pela tua aventura.

Apenas queria fazer um comentário após visionar as tuas fotos.
Não me parece que o quadro da tua bike seja pequeno para ti!! Mas está-me a fazer uma confusão danada o teu selim estar no limite máximo do recuo e o espigão do guiador parece-me igualmente pequeno.

Desculpa o meu comentário e ganda volta...
 

Diogo112

New Member
Armando tens razão os carris estão mesmo demasiado chegados à frente, foi do óleo metido nos carris, tenho de o desmontar e limpar e meter na medida certa. O avanço já foi mudado duas vezes este é um avanço de 80mm, o corte da coluna da forqueta já veio assim de fábrica, e o quadro é um 57, mas assenta que nem uma luva.

Armando entretanto já fui apertar o selim, estava ligeiramente solto, situação já corrigida, estou muito grato pelo teu olho clinico
 

Diogo112

New Member
Aqui estou eu de volta com mais uma edição do Tróia Sagres.

Troia Sagres a 4.
Boas camaradas do pedal, depois de ter feito o Troia Sagres em solitário, este ano fi-lo em autonomia, mas com mais 3 companheiros do pedal o que é muito diferente de se fazer em solitário, pois com companhia é “outra loiça”.
Tudo foi estudado à exaustão desde a forma como o vento ia soprar (W, WNW), com vento moderado sempre ia ser mais fácil que o fazer com vento frontal, o percurso e verificar as viragens de que forma ia reagir ao vento lateral, o tempo que cada um passava pela dianteira e a forma como se sentia. Tínhamos como objetivos retirar apenas 30 minutos ao tempo que fiz o ano passado em solitário (7H24m51s) e fazer uma média de velocidade superior a 30km/h, como tal utilizámos o mesmo track e iria ter uma comparação real e tentar observar as diferenças ao ponto de saber como me sentia e também fazer o derradeiro teste às Speedsix C-metal 50.
Partida dia 31 de Maio, de Troia pelas 9H00 das manhã, arranque rápido e a primeira hora foi passada num ápice com uma velocidade média a cifrar-se elevada (pois para vós se eu disser que a média rondou os 35 na primeira hora, não irão achar muito) mas para mim foi puxado, pois jamais tinha andado a estas “gazuas” com o pessoal, para tal foi essencial a colaboração de todos, a rodar à vez na frente durante 10m, o que acabámos por verificar que é tempo demasiado, pois com ritmos altos a fadiga vem bem depressa, lógico que isto havia sido combinado antes da partida tendo apenas uma parte de inaplicabilidade quando viesse a “montanha”, pois temos ritmos diferentes e como tal não mantivemos o “comboio” a puxar à vez nas subidas a partir de Odeceixe, tentámos apenas que nunca nos distanciássemos muito para não perder o contacto uns dos outros, pois isto poderia que em caso de algum azar criar algum mau estar e preocupação entre o pessoal, como tal no topo das subidas ou esperava ou descia e somava mais algum acumulado, o que a malta com quem ando adora, assim como eu gosto embora sofra, não quer dizer que não goste.
A viagem toda ela decorre sem sobressaltos apenas algumas paragens pontuais, a primeira à procura de comprar um protetor solar o que ocorreu em Carvalhal logo no inicio da viagem, pois era a ultima que nos faltava da logística pensada, depois de devidamente besuntados lá voltámos ao nosso ritmo e continuar a odisseia, quem teimava em não deixar de enviar “avisos” era o Garmin que passou toda a santa viagem a dizer “ritmo cardíaco elevado”, mas não foi ignorado, continuando a viagem e num ápice atingimos Sines estamos ao km 64, e estão ultrapassados os primeiros falsos planos, decorridas estão 2H00 e a média cifra-se nos 32km/h, ninguém acusa cansaço ou demonstra fraqueza.
A primeira paragem ocorre nas Burinheiras e é então hora de alimentarmo-nos de forma conveniente, é então que entramos na “Casa da Sónia” para nos refastelarmos com as deliciosas bifanas e um belo sumo de cevada, esta paragem rendeu uma hora de descanso pois confecionar 7 bifanas levam o seu tempo, estamos ao km 95 desta jornada.
Retomamos a pedalada e daí até atingir-mos as primeiras verdadeiras dificuldades é um pequeno instante, estamos agora chegados a S.Teotónio e aqui vamos agora descobrir as “Portas do Algarve” com a bela placa de “Odeceixe” a dar-nos as boas vindas paragem para a respetiva fotografia e seguimos rumo ao topo de Odeceixe, uma rampa aos SS com 2km de extensão, muito gira a fazer-me recordar a minha primeira aventura a solo, vou informando os camaradas da roda, que dali em diante cada um sobe ao seu ritmo como previamente acordado, não sei porque mas adoro aquela rampa que faz-me recordar a Serra da Estrela com as suas viragens, mas com as devidas diferenças como é óbvio.
Agora as dificuldades sucedem-se uma após outra e dou indicação a todos que o ponto mais aborrecido desta viagem irá chegar em pouco tempo, já só faltavam 30km para tal suceder aquela que por mim foi batizada de “Serra sem fim” e essa subida que sendo um falso plano são cerca de 8km do mais puro tédio, mas no topo conquista-se uma nova alma, pois daqui em diante é sempre a bombar até descer a Vila do Bispo, Sagres é logo ali à frente.
Na N268, ligam-se os motores e aqui já o grupo estava separado em 2 fazia muito tempo, no entanto a diferença para a frente é de apenas 10 minutos, estando agrupados 2 a 2, rapidamente vislumbramos a placa de Sagres e é hora de meter freio a fundo, pois as fotos na placa têm de ser feitas num grupo só e individuais não 2 a 2, reunião do grupo fotos para registar o momento e lá vamos nós até à meta virtual instalada junto ao posto de turismo em Sagres.
Os objetivos propostos foram todos atingidos, tanto da minha parte como dos restantes camaradas.
Esta jornada feita equipa ajudou a cimentar o espirito deste grupo que gosta de pedaladas longas e “penosas”, todos retirámos quase as mesmas conclusões desta etapa, saber quem está, estar sempre atento a quem vem atrás, ir verificando o estado de todos e saber ajudar quando alguém está /ou denuncia algum cansaço. Pois pedalar em grupo tem coisas muito boas, conviver, aprender e evoluir, sair-mos da nossa zona de conforto trás vários benefícios e faz com que evolua-mos em conjunto e consigamos ser hoje, melhores do que fomos ontem.
Aqui fica expresso o meu voto de imensa gratidão aos camaradas Fernando Reis, Bruno Sousa, Paulo Francisco e Sérgio Sousa que foi o condutor da malta em direção a Lisboa no final desta Jornada. Ao meu muito grande amigo João Marreiros e seus pais, que permitiram que ficássemos muito bem instalados na sua casa em Sagres.
As aventuras não vão terminar aqui e dia 28/06 é já mais outra viagem com destino a Sagres mas desta feita em roda grossa (3 dias de aventura e com os mesmos companheiros).

As Speedsix C-Metal 50mm, destaco a suprema rigidez das mesmas sem comprometerem o conforto, estáveis, muito rolantes, apenas destaco um ponto que me assustou e lá está é o tal efeito vela, mas isso não é problema da roda é mesmo meu.
Aerodinamica é uma diferença substancial para as diversas rodas que já tive, sendo difícil de as colocar em alta mas depois de lá estarem é fácil de as manter em patamares de boas velocidades.
O peso e as subidas, na maioria das subidas onde as testei nota-se uma pequena diferença mas nada de substancial ou algo que mereça uma anotação menos favorável. O poder de travagem por ter uma pista de alumínio não se sente brusquidão nem moleza a travar travam o mesmo a que estou habituado, muito embora os calços que eu estou a usar não são de longe nem de perto comparáveis ao que usava, mas esse item será revisto no devido tempo.
Portanto uma roda “económica” que não fica em nada a dever ao que outras marcas fazem, é bom e recomenda-se.
 
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