Alberto, desculpa a pergunta (já falamos noutras ocasiões sobre tamanhos) mas os problemas que apontas não podem ser minorados pelo facto de o ciclista ter uma boa flexibilidade?
Por outro lado, quando no ultimo post falas em "costas direitas" quando vejo os pro's, as costas parecem-me sempre tortas, não é normal existir um ligeiro arco nas costas quando se pedala? Para mim costas direitas só nas bikes urbanas, ehehehe
Sem problema amigo...
Depende dos Prós... Há pros com curvatura e pros sem curvatura.. O ideal e a maior parte e sem curvatura, com curvatura são uma minoria...
A questão da curvatura nos profissionais, pode ser já um problema de muitos anos, algo que ficou, derivado a imensas coisas... Acidentes, outros tempos em que a evolução da ciência do bike fit não era tão estudada como os dias de hoje, muitos pros também não nasceram pros e tiveram que pedalar anos a fio, para o serem, em condições que sabe deus!! (Exemplo do Chris Froome), o Chris froome antes de ser pro, foi obrigado a pedalar em condições, que desconfio eu nem o Eddy Merckx ou o Fausto Coppi, tiveram tanta exigência do seu corpo a adaptar-se ao material (método correcto), ao invés do material ao seu corpo (método incorrecto), como teve o froome, antes de ser pro.... Acho que só lhe faltou, meter umas rodas num portão, tábua de passar a ferro ou num escadote qualquer e ir pedalar!!!Para um dia virem a ser pros...Há mazelas que ficam, outras estão a ser corrigidas hoje!! Outras sem correcção, no entanto o atleta e o atleta e tem que ser ajudado dentro dos possíveis...
Temos que entender que estamos numa fase de mudança em muitas coisas no que ao ciclismo diz respeito e numa linha de tempo, em que alguns conceitos antiquados se estão agora a modificar, logo é normal, que ainda existam por aí, alguns estilhaços, de outros tempos em que as coisas eram diferentes...Dai as divergências, etc...
Agora como todos sabemos, comparar atletas como nos, com atletas profissionais, não é boa ideia!! Neste desporto, aliás em qualquer um, qualquer modalidade, quando levada a sério, profissional ou amador, tem que ter a consciência do que é melhor para ele!! E só para ele... Sem pensar nos outros...isto porque mesmo os profissionais... Não o fazem!! A mesma equipa tem atletas completamente diferentes, com fits diferentes e em alguns casos até, na mesma equipa e a maior parte delas com bicicletas de diferentes geometrias para atletas e propósitos diferentes...
Hoje em dia existe uma coisa, que não existia antigamente, lá está a tal mudança, chamada de especialização... Logo um atleta e estudado e moldado, consoante as suas capacidades físicas e intelectuais (flexibilidade incluída) e seu passado, seu historial ou portfólio se o quiserem chamar, sobre forma a aproveitar todo o seu potencial e direcciona-lo com os devidos vectores de treino e preparação física e tácticas de ciclismo, para obter os melhores resultados na competição...
Antigamente, não era assim...
Logo, a tal fase de mudança, ainda existem estilhaços... Mesmo a nossa frente, mesmo aos nossos olhos, em grand tours, na competição... No entanto o ser humano, quando está a ser pago para algo, tem uma força tremenda para poder inverter a situação... Temos o nosso exemplo, com os nossos trabalhos, o nosso dia a dia, a força que temos, por vezes até com problemas familiares de nos levantarmos da cama e irmos trabalhar, doentes, constipados, com temperatura, cada um sabe das suas!! Lá está, é exactamente a mesma coisa... A diferença é que... O nosso trabalho, não é esse, nós não somos pagos para pedalar, pedalamos por prazer, dai, não temos qualquer necessidade de passar pela mesma situação...
Falando mais tecnicamente, há pros com alguma curvatura, pelas razões de vida e filosóficas que te mencionei acima...
Com precisão.... Isso faz a regra? Não!!! São excepções...
A maior parte dos profissionais de hoje em dia... Não tem qualquer curvatura nas costas, os estilhaços, são a excepção...
É por aí que devemos reagir as nossas escolhas? Não!!! Não são exemplo para nós...
Quanto à situação da flexibilidade, e tecnicamente falando... O excesso de flexibilidade para um profissional pode também ser um problema assim como a falta dela.... Pois quando há mais flexibilidade há mais tolerância a dor, no entanto pode também contribuir em falta de performance em alguns casos pois a dor, não é um sinal de aviso, a dor e já um sinal tardio de que algo está a acontecer, logo se não há dor, não há queixas, se não há queixas não há uma reavaliação ou uma melhoria das condições do atleta, há uma menor preocupação, pois a estabilização do mesmo é superior à dos demais, logo o excesso de estabilização pode levar à acomodação e estagnação!!! Temos muitos exemplos de vários atletas que ao mudar de equipa, mudam de técnicos e bicicleta e a coisa vai melhorando, evidentemente que a razão não é somente essa, no entanto, é e pode muitas vezes ser, uma grande ajuda...Não é também por acaso que muitos atletas depois de um acidente, depois de estarem parados 1 ou 2 meses, voltam e voltam muito mais fortes, não é coincidência!! É aquele tempo necessário, é benéfico para o atleta, por vezes uma altura para poder limar arestas e ver o que está bem e o que está mal e o que se pode mudar ou melhorar, os tais males que vem por bem!! A história dos grandes atletas e construída por estas pequenas coisas!!
É um tema um pouco complicado para quem pouco percebe do que é este tipo de vida, levada a sério...
Mas espero que tu e todos possam compreender e ter ajudado alguém a entender... Que por ventura possa estar confuso tal como tu...
Grande abraço...