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commuting

Skyforger

Active Member
Ricardo a minha ideia do Bike Festival é experimentar capacetes, se tiver sorte claro, e depois comprar na net ou assim, dúvido como tu que saia de lá com um.
vamos a ver se tenho sorte.... mas gosto sempre de ir lá sentir o cheirinho a borracha nova ehehe

Zé, então já sabes ao que vais. Pensei que fosses estrear-te no Bike Festival com a ideia errada, e que leva lá muita gente, de ir comprar material. A esmagadora maioria está lá para expor e apresentar produtos e, nesse sentido, é a oportunidade ideal para experimentares capacetes de várias formas e feitios.
 

RTC

Moderador
Staff member
Parabéns josepemota.

Como pai de um rapaz de 20 meses consigo sentir a tua felicidade ao partilhar essas viagens. E saber que eles adoram, ainda melhor.
Em 2013 e 2014 cheguei ir para o escritório de bicicleta. Mas como é longe (50kms) não ia e vinha no mesmo dia. Ocupava muito tempo e seria desgastante.
Então ia de manha de carro, levava a bike no carro, regressava a casa a pedalar e no dia seguinte de manhãzinha, ia para o trabalho a pedalar. Tinha que ser assim. Sempre se poupava algum combustível, o ambiente e aproveitava para treinar.
Actualmente, vou de vez em quando buscar o meu filho ao infantário. Ele adora andar na cadeirinha e eu gosto muita da companhia dele enquanto pedalo.
No entanto, no início, não pude deixar de estranhar as caras que alguns pais/mães faziam à porta do infantário ao ver ir buscá-lo de bicicleta...lol.
Fiquei com a ideia de que neste país, quem o faz, ou é pobre ou é tontinho. :D
 

Skyforger

Active Member
a este propósito, a minha forma de pensar é não esperar que hajam condições para que se comece a fazer alguma coisa.
as ciclovias são um exemplo, elas estão a surgir porque andam mais pessoas de bicicleta, e não foi o contrário ou seja vamos lá fazer umas ciclovias a ver se o pessoal anda mais de bike.

tenho orgulho que num trabalho anterior que tive era o único que ía de bike, depois começou a ir mais um ou dois, depois começou-se a falar em estacionamento na garagem para as biclas e em chuveiros e até à data só têm o estacionamento, mas pronto tudo começou com um gajo que ía todos os dias de bicla.

mas ainda hoje assisto ao fdx "ganda maluco", algo tão normal como andar de bicicleta ainda é vista como uma cena de malucos.... não entendo.
ainda outro dia estava a sair do trabalho com a bicla com a cadeira atrás e um tipo que apareceu nas escadas, "eish mas o que é isto" como se fosse algo que não se faça, senti um tom repreensivo.... se calhar foi só paranoia

a cena do banho é o argumento nº1 em conjunto com o das subidas para o pessoal não andar.
o que faço é, levo uma t-shirt para mudar e uma toalha para me limpar, claro que os níveis de suor não têm nada a ver com os de um treino ou volta, e para mim é perfeitamente aceitável esta situação.
Quantos gajos já tive à minha volta no trabalho que ainda não os estava a ver e já sentia o fedor que emanavam...

ab


Uii...quanto ao cheiro de alguma malta, fazia falta a alguns era ir andar de bicicleta para ver se arejavam e vinham a cheirar melhor...:)

Lá está, voltamos à eterna e difícil questão da mudança de mentalidades. Não vale a pena gastar-se milhões em ciclovias, em estacionamentos, em campanhas inúteis e em cortes de fita para a fotografia se, a base de tudo, não for mudada. Claro que, havendo condições mais propícias ao uso da bicicleta numa base diária e rotineira, poderá levar a que as pessoas adiram com mais facilidade. Mas primeiro é preciso derrubar muitos preconceitos, agitar consciências, engolir sapos e, aos poucos, as mentalidades talvez mudem. Principalmente se fizermos esse trabalho junto das gerações mais novas.

A questão do banho depende muito da distância que percorras e do emprego que tens. No meu caso, que vivo a 30 kms do emprego e que tenho de estar minimamente apresentável e com ar lavadinho para o resto do dia, convém tomar um banho ou, pelo menos, ter oportunidade de trocar de roupa. Mas lá está, quando se quer, tudo se faz e começa-se a partir pedra. No meu emprego actual não venho de bicicleta (já o fiz no anterior) porque a minha esposa vem comigo, logo há sempre um carro que tem de sair da garagem e que vai para o mesmo destino. No entanto, aproveito muitas das horas de almoço para ir correr e já me habituei aos comentários de desdém e de como se quem toma opções diferentes fosse uma espécie de extraterrestre.

Extraterrestres parecemos nós, portugueses, aos olhos de um dinamarquês, de um holandês, de um sueco ou mesmo de um inglês quando se dão conta que em Portugal (um país de sol e de clima ameno) apenas 1% da população usa a bicicleta como meio de transporte diário e que 76% usa o automóvel.
 

Skyforger

Active Member
Fiquei com a ideia de que neste país, quem o faz, ou é pobre ou é tontinho. :D

Nem mais! Mas é que não tenhas dúvidas que é essa a mentalidade reinante. Enquanto muitos povos do norte já perceberam que a sustentabilidade passa pelo abandono do transporte individual e poluente, nós ainda encaramos o automóvel como uma questão de status e que é entendido como a "norma". Quem usa a bicicleta para deslocações diárias, aos olhos da maioria, ou é pobre ou tontinho, como bem dizes. E olha que aqui também incluo os próprios colegas ciclistas. A não ser na bicicleta de estrada ou em aventuras mais exigentes, nunca uso calções de lycra, gosto de roupas mais casuais, e já tive malta da bicicleta a sair-se com comentários infelizes quando se deparam com algo que sai da norma estabelecida. As coisas vão mudando e aos poucos, muito devagarinho, vai-se chegando a algum lado. E, mesmo que não mudem, mudamos nós, desde que nos sintamos bem com as nossas opções e com os valores que incutimos aos nossos filhos.
 

vhugocosta

Well-Known Member
Boas José,

Impecável...ver-te com os miudos deixou-me com um sorriso "parvo" na cara, muito bom e continua assim. Parabéns pelo tópico, mesmo!!!

Eu estou a espera que a minha filha ganhe mais cabedal para começar a leva-la a dar umas voltas comigo (na cadeira), e com isso veio-me á cabeça uma dúvida que tenho desde há algum tempo, vais pelo passeio ou pela estrada? Corrige-me se estiver enganado, mas o presente código apenas autoriza a circulação nos passeios até aos 10 anos de idade, certo?

É que sinceramente não me sinto á vontade em circular na estrada com a miuda na cadeirinha, mas por outro lado também não me parece sensato circular nos passeios, percebes? Então no teu caso é que não saberia como fazer, um na cadeira e o outra na sua bicicleta....como é que geres a situação?

Grande abraço e vai postando novidades!!
 

vdr

Member
Partilho aqui um pouco da minha experiência de commuter:

Comecei (voltei) a andar de bike na deslocação casa/trabalho à cerca de dois anos. No inicio eram 6/7 km, neste momento a distância é cerca de 14 km. Demoro mais uns 15 minutos do que num bom dia para ir de carro (com pouco trânsito).

Não tenho chuveiros no trabalho, mas a questão resolve-se levando muda de roupa nuns alforges e utilizando toalhitas, claro que quando vou para o trabalho não forço o ritmo para evitar suar, mas a voltar.. :cool:

Com chuva, como tenho um horário flexível de entrada / saída posso organizar-me para escolher as horas em que a probabilidade de chuva é menor.

A brincar a brincar, esta ida/volta fica nos 140 km semanais.

Neste momento não me vejo a voltar atrás. Aconselho a todos os que tenham oportunidade de o experimentar :)
 

Paulofski

Well-Known Member
Fiquei com a ideia de que neste país, quem o faz, ou é pobre ou é tontinho. :D

Mudanças de hábitos raramente são súbitas. As coisas evoluem ao longo de um certo tempo, proporcional à intenção e adaptação pessoal para a mudança. A motivação e receptividade para alterarmos as nossas rotinas normalmente resultam da tal “força maior”, mas se nos libertarmos dos preconceitos e optarmos pelas alternativas, planeando o benefício, sabemos que escolhemos o melhor para nós.

No meu caso, já lá vão uns bons anos, trocar a meia hora de carro para o centro da cidade, isto numa boa hora de ponta incluindo a demanda por um lugar de estacionamento, ou os 45 minutos de caminhada mais metro e autocarro, para chegar ao trabalho que dista 5km, de bicicleta “perco” cerca de quinze minutos. Faça sol ou faça chuva: Vestuário, calçado, bicicleta de aço, tudo casual, só o percurso de ida não é casual. Já o pós-laboral é muitas vezes alternativo, puxado e alongado.

O que comutou a minha rotina diária? À medida que fui ficando mais velho, o papel desempenhado pelas minhas bicicletas deixou de ser apenas o passeio pelo parque, o treino ao domingo, as aventuras para lugares inexplorados. Tornei-me suficientemente fino para levar a bicicleta a expandir os meus horizontes e usá-la como meio de transporte. O que mudou? A mentalidade e todo o benefício que advém desta alternativa e que a bicicleta promove: Não gastamos tanto e ganhamos tempo. Pobres e tontinhos ficam aqueles que permancem engarrafados no tempo :)
 
A questão do banho depende muito da distância que percorras e do emprego que tens. No meu caso, que vivo a 30 kms do emprego e que tenho de estar minimamente apresentável e com ar lavadinho para o resto do dia, convém tomar um banho ou, pelo menos, ter oportunidade de trocar de roupa. Mas lá está, quando se quer, tudo se faz e começa-se a partir pedra. No meu emprego actual não venho de bicicleta (já o fiz no anterior) porque a minha esposa vem comigo, logo há sempre um carro que tem de sair da garagem e que vai para o mesmo destino. No entanto, aproveito muitas das horas de almoço para ir correr e já me habituei aos comentários de desdém e de como se quem toma opções diferentes fosse uma espécie de extraterrestre.

tb já trabalhei a 34 km de casa, nessa altura cravei o cozinheiro para me deixar tomar banho nos balnearios deles e ele deixou. mas não ía todos os dias, depois tive que desistir por causa da logistica familiar.
mas agora voltei a ter oportunidade de ir de bike e não perdoei, já tenho o carro a apanhar pó ehehe
 
Boas José,

Impecável...ver-te com os miudos deixou-me com um sorriso "parvo" na cara, muito bom e continua assim. Parabéns pelo tópico, mesmo!!!

Eu estou a espera que a minha filha ganhe mais cabedal para começar a leva-la a dar umas voltas comigo (na cadeira), e com isso veio-me á cabeça uma dúvida que tenho desde há algum tempo, vais pelo passeio ou pela estrada? Corrige-me se estiver enganado, mas o presente código apenas autoriza a circulação nos passeios até aos 10 anos de idade, certo?

É que sinceramente não me sinto á vontade em circular na estrada com a miuda na cadeirinha, mas por outro lado também não me parece sensato circular nos passeios, percebes? Então no teu caso é que não saberia como fazer, um na cadeira e o outra na sua bicicleta....como é que geres a situação?

Grande abraço e vai postando novidades!!

boa questão...

ora bem a escola do mais velho é na minha rua, olha que sorte eheheh, por isso vamos em cima do passeio devagarinho e tal, tenho medo de ir para a estrada com ele, acho que ainda é cedo. é um percurso muito pequeno tipo 300/400 metros
não gosto de andar em cima do passeio, faço-o apenas por ele. acho que sim o código diz isso.
ao fim de semana já demos voltas maiores e andamos sempre em cima do passeio, "prontes" podem bater-me à vontade por não respeitar as regras :D

Quando o deixo e vou sózinho com ela na cadeira, meto-me na estrada na boa, mas devagar baixei um pouco o selim para chegar melhor ao chão, tenho mesmo muito cuidado claro, outro dia até sonhei que caia com ela na cadeira e acordei todo stressado eheheh cenas de pai...

Mas é tranquilo, dá umas voltas mais tranquilas para te habituares ao peso atrás e depois correrá tudo bem.

ab
 
Mudanças de hábitos raramente são súbitas. As coisas evoluem ao longo de um certo tempo, proporcional à intenção e adaptação pessoal para a mudança. A motivação e receptividade para alterarmos as nossas rotinas normalmente resultam da tal “força maior”, mas se nos libertarmos dos preconceitos e optarmos pelas alternativas, planeando o benefício, sabemos que escolhemos o melhor para nós.

No meu caso, já lá vão uns bons anos, trocar a meia hora de carro para o centro da cidade, isto numa boa hora de ponta incluindo a demanda por um lugar de estacionamento, ou os 45 minutos de caminhada mais metro e autocarro, para chegar ao trabalho que dista 5km, de bicicleta “perco” cerca de quinze minutos. Faça sol ou faça chuva: Vestuário, calçado, bicicleta de aço, tudo casual, só o percurso de ida não é casual. Já o pós-laboral é muitas vezes alternativo, puxado e alongado.

O que comutou a minha rotina diária? À medida que fui ficando mais velho, o papel desempenhado pelas minhas bicicletas deixou de ser apenas o passeio pelo parque, o treino ao domingo, as aventuras para lugares inexplorados. Tornei-me suficientemente fino para levar a bicicleta a expandir os meus horizontes e usá-la como meio de transporte. O que mudou? A mentalidade e todo o benefício que advém desta alternativa e que a bicicleta promove: Não gastamos tanto e ganhamos tempo. Pobres e tontinhos ficam aqueles que permancem engarrafados no tempo :)

grande paulofski, leio-te noutras paragens, obrigado por passares aqui e deixares a tua experiência, é daquelas que qdo se lêem dá vontade de agarrar na bike e ir andar :)
 

Gandartista

Well-Known Member
muito bom!!!

eu tb sou dos que vai todos os dias pro trabalho de bike :) , tenho a sorte de ter condições pra tomar banho no trabalho o que facilita imenso.
 

fcsaimon

Well-Known Member
Boas,

por aqui também se faz o que se pode

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Aqui numas pedaladas a beira mar (5,6 km; desnivel 106 m ;) )

E tenho recebido varios convites para ir para a escola a pedalar, mas só "quando deixarem as rodinhas..." e quando forem tenho de mudar as pedaleiras para 50/34 porque aqui na zona ainda apanhamos umas subidas jeitosas eheheh

Vou a pedalar para o trabalho 2 a 3x por semana. Agora temos chuveiro mas ja tive de utilizar toalhitas dodot que tambem funcionam bem.

Abraço e boas voltas
 

Skyforger

Active Member
Pobres e tontinhos ficam aqueles que permancem engarrafados no tempo :)

Nem mais... :)

Quanto à questão de andar no passeio, que se lixe se é ou não permitido. Desde que o passeio seja suficientemente largo para não pôr em causa os nossos pequenotes ou os peões é sempre preferível a metê-los na estrada. No meu caso não tenho que me preocupar pois consigo perfeitamente evitar estradas com movimento (e até mesmo as sem movimento :) ), mas numa cidade como Lisboa é demasiado arriscado, ou mesmo irresponsável, colocar uma criança da idade do teu rapazote na estrada.

Já agora, sobre as cadeiras de transporte, tenho uma rigorosamente nova que me foi oferecida quando fui pai e que nunca usei. Chamem-me o que quiserem, mas nunca consegui sentir-me confortável em colocar uma criança numa coisa daquelas. Ficava sempre com a sensação de que, em caso de queda (e bastava um desequilíbrio a desmontar da bicicleta), ele iria aleijar-se bem mais do que eu. Neste aspecto, a opção atrelado parece-me mais convincente.
 
apraz-me ver que o tópico ficou no rumo certo.
obrigado a todos pelas intervenções, acrescentaram um pouco mais de motivação para continuar.
era de esperar daqui do pessoal, mas fico igualmente contente por o pessoal ir ou tentar ir ou pensar em ir para o trabalho de bike. é um meio de transporte válido como outro qqr e se é possivel fazê-lo as vantagens são imensas.

De facto o que custa mais mudar são as mentalidades, é estranho chegar com o miudo à escola, toda a gente olha e comenta, acham piada e tal, mas não é normal, é estranho levar a miuda atrás, apesar de ver mais pessoal com cadeiras do que miudos de 6 anos a ir de bike, chegar ao trabalho com uma cadeira atrás a chocalhar por todos os lados é estranho...
mas sinceramente já tenho idade para não me preocupar com o que os outros pensam.

A minha parte é continuar a andar de bike, em primeiro lugar porque também eu adoro andar, levar com aquele fresquinho da manhã no trombil é algo que me mete sempre um sorriso na cara. E depois o facto de me deslocar de bike suscita curiosidade em algumas pessoas vontade de experimentarem, que foi o que me aconteceu em 2011. Pensava por vezes em andar mas só dei esse passo quando a minha mulher assim do nada compra uma bike para andar e eu fiquei curioso experimentei ir na dela (era bue pequena andei à rasca das costas montes de tempo à conta disso ): ) uns dias e a partir daí nunca mais parei, comprei uma para mim e fiz o mesmo.
Acredito portanto que possa influenciar algumas pessoas, contudo não forço nada nem ando a pregar sermões.
epá e depois há inúmeras vantagens que acho que nem vale a pena enumerar, todos andamos de bicicleta e é fácil fazer essa lista.

Uma parte dos problemas de mobilidade de uma cidade passam certamente por proporcionar meios para as pessoas se deslocarem de bicicleta, bem como outros transportes colectivos públicos, que ultimamente andam uma desgraça em Lisboa, ou seja favorecem o uso do automovel o que é pena porque está a assistir-se a alguma mudança de mentalidades apesar de tudo, há muito mais gente na rua de bike no dia-a-dia, as novas obras em Lx contemplam ciclovias (vamos la ver o que vai sair daqui....) por isso as coisas estão a acontecer e isto deve-se em parte por andarem mais pessoas de bicicleta, surgiu a necessidade de fazer qqr coisa... ou se calhar os votantes que andam de bicla já são significativos daí que os nossos políticos estarão a capitalizar votos.

abraços
 
Parabéns josepemota.

Como pai de um rapaz de 20 meses consigo sentir a tua felicidade ao partilhar essas viagens. E saber que eles adoram, ainda melhor.
Em 2013 e 2014 cheguei ir para o escritório de bicicleta. Mas como é longe (50kms) não ia e vinha no mesmo dia. Ocupava muito tempo e seria desgastante.
Então ia de manha de carro, levava a bike no carro, regressava a casa a pedalar e no dia seguinte de manhãzinha, ia para o trabalho a pedalar. Tinha que ser assim. Sempre se poupava algum combustível, o ambiente e aproveitava para treinar.
Actualmente, vou de vez em quando buscar o meu filho ao infantário. Ele adora andar na cadeirinha e eu gosto muita da companhia dele enquanto pedalo.
No entanto, no início, não pude deixar de estranhar as caras que alguns pais/mães faziam à porta do infantário ao ver ir buscá-lo de bicicleta...lol.
Fiquei com a ideia de que neste país, quem o faz, ou é pobre ou é tontinho. :D

é isso mesmo RTC, 50km é um bocado puxadote ehehe
esses tipo de olhares também sinto quando chego à escola, acham piada e tal, mas fico na dúvida se aprovam ou reprovam, ou se "sou pobre ou tontinho" :) é uma cena estranha, não é normal e as pessoas reajem a isso de uma maneira que eu não percebo bem.
Mas como já disse tento preocupar-me pouco com os que os outros pensam, não fico totalmente indiferente contudo. eles gostam eu também, e isto é o mais importante para mim.
 
Em Portugal temos um problema simplesmente cultural, pois temos condições para se ir para o trabalho de bike, temos bom tempo quase todo o ano, é uma questão de criar hábitos.

Em 2011 ia para o trabalho de bike, eram cerca de 13km para cada lado, mas principalmente nesta altura o fresquinho matinal sabia tão bem como referiste, actualmente uso comboio e faço parte do caminho a pé.

No inicio os colegas estranhavam eu fazer parte do caminho a pé da estação até ao emprego, são cerca de 1,5km, o que se faz em 15m tranquilo, eles pagam o dobro do passe para ter autocarro + comboio e o autocarro demora o dobro do tempo.
 

Skyforger

Active Member
é isso mesmo RTC, 50km é um bocado puxadote ehehe
esses tipo de olhares também sinto quando chego à escola, acham piada e tal, mas fico na dúvida se aprovam ou reprovam, ou se "sou pobre ou tontinho" :) é uma cena estranha, não é normal e as pessoas reajem a isso de uma maneira que eu não percebo bem.
Mas como já disse tento preocupar-me pouco com os que os outros pensam, não fico totalmente indiferente contudo. eles gostam eu também, e isto é o mais importante para mim.

Acho que em relação ao que os outros pensam ou deixam de pensar, aplica-se a velha máxima do "primeiro estranha-se, depois entranha-se". Faz parte da nossa natureza estranhar tudo aquilo que fuja à norma e, infelizmente, e essencialmente devido a questões culturais, o uso da bicicleta no nosso país é uma coisa que foge à norma, logo estranha-se. Criou-se a ideia de que a bicicleta só é usada por dois tipos de pessoas: ou desportistas equipados a rigor, ou os tais "pobres e tontinhos". Nunca se criou e incentivou o hábito de encarar a bicicleta tão ou mais válido do que qualquer outro (principalmente em meio urbano), pelo contrário, desincentivou-se. As coisas começam finalmente a mostrar sinais ténues de mudança, embora já muito tardios. Mas vale mais tarde do que nunca, não é?

A questão que o marcio_coragem referiu, do ir a pé da estação de comboios para o emprego, também é interessante. No que à mobilidade diz respeito, somos uma sociedade comodista, ou que se habituou a ser comodista, desde aqueles mais velhos que "ganharam" o direito/acesso a ter um carro próprio, e que passou a ser uma extensão do seu ego, até a uma nova geração que já nasceu "automobilizada" e que encara o pegar no carro para ir ao café que fica a 1km como algo natural. E isto para dizer que a estranheza não é só em relação a quem anda de bicicleta pela cidade ou a leva para o trabalho, a estranheza sente-se até mesmo em relação a quem opta por simplesmente ir a pé. Eu trabalho há dois anos e meio no 2º andar de um edifício com dois andares, NUNCA usei o elevador e continuo a ouvir observações do género "fogo, vais pela escada, está aqui o elevador!!". E depois também ouço "olha, chegaste cá acima primeiro que eu pela escada". Mas no dia a seguir, essa mesma pessoa, continua a ir de elevador para subir dois lanços de escada.

Não é fácil combater e mudar este tipo de mentalidade e, tal como o Zé referiu, também eu não ando por aí a espalhar sermões a ninguém sobre isto. Acho que as mentalidades devem mudar (e já vão mudando, sem dúvida. Basta reparar no crescente número de pessoas a caminhar ou a correr ao final do dia) por vontade própria e por um ímpeto que pode ser despoletado, lá está, pelo exemplo do que vêm dos outros. O tal "primeiro estranha-se, depois entranha-se".

Já agora, a propósito de questões culturais e do facto das condições climatéricas não servirem de desculpa, principalmente quando se vive em Portugal, deixo-vos esta imagem:

princesa_bici_1.jpg


Sabem quem é a senhora com dois miúdos no atrelado a caminho da escola? A princesa da Dinamarca.
 

Skyforger

Active Member
As cadeiras são super seguras, eu até faço BTT com a minha filha, ela adora andar lá atrás.

Acredito que sejam e não condeno quem as use, mas é uma paranóia minha! :p Nunca cheguei a usar e aos 3 anos ele já andava de bicicleta, pelo que ficou arrumada definitivamente.
 

alemos

Member
Acredito que sejam e não condeno quem as use, mas é uma paranóia minha! :p Nunca cheguei a usar e aos 3 anos ele já andava de bicicleta, pelo que ficou arrumada definitivamente.


eu quando estou parado com a minha filhota na cadeira, faz-me um bocado de espécie ter mais uns 12Kg a querer mandar a bicicleta ao chão, mas em movimento é super pacífico :D
 
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