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BMC SLT01 Team Machine - Queijo, vacas, relógios, montanhas e a rebeldia helvética!

duchene

Well-Known Member
BMC SLT01 Team Machine
Queijo, vacas, relógios, montanhas e a rebeldia helvética!

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Esta análise está em actualização. Mais conteúdo, brevemente.
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O quê?
Quadro: BMC SLT01 Team Machine Carbon + Alu
Forqueta: Easton EC90 SL custom BMC
Rodas: Montagem artesanal com cubos Chris King, Aros ZTR Alpha 340 e Raios Sapim SuperSpoke e Sapim Race
Pneus: Michelin Krilion Carbon
Câmaras de Ar: Decathlon
Guiador: Syntace Racelite 2 CRD Carbon 31.6/44cm
Manetes: SRAM Force 2010
Fita de guiador: Specialized S-Wrap
Avanço: Syntace F109
Espigão: Syntace P6 31.6/280mm
Selim: Tune Speedneedle Marathon
Chavetas: Planet-X Ti
Travões: M5 Brams
Espiral e cabos: Yokozuna Cable Reaction
Pedaleiro: Rotor 3D Compact c/pratos Rotor Q-Rings 50/34
Desviador dianteiro: Shimano Force braze on + braçadeira em carbono
Desviador traseiro: SRAM Force caixa curta
Corrente: SRAM PC-1071 com elo de engate rápido.
Cassete: SRAM PG-1070, versão 11-26
Pedais: Time iClic Carbon
Grades de bidão: Planet X Carbon
Ciclocomputador: Garmin Edge 800 // Branco

Na balança: 7,178g (com sensor de cadência e suporte do GPS)

Porquê?
Versão curta? Porque tropecei nesta maravilha do design suíço e fiquei rendido.

Versão longa? Essencialmente porque intrinsecamente queria algo de diferente. Algo que fugisse do convencional, do igual e do vulgar. Um projecto que combinasse o prazer de pensar e chegar a um objectivo a partir do zero, sem preconceitos ou limitações iniciais. Algo que contrariasse algumas das escolhas óbvias apenas pelo prazer de o fazer, só para ser do contra. Algo que mais ninguém tivesse, visto de um prisma que mais ninguém tivesse visto ainda. Mas essencialmente um projecto que coubesse na minha carteira, com um investimento tipo migalha a migalha até ao bolo final.

Munido destes preconceitos, olhei para o panorama: hoje em dia, abundam os "quadros de carbono sensual". Linhas fluídas, orgânicas, melosas e dengosas. Tudo é calmo e harmonioso, pacífico e tranquilo. Nada de mal com eles, é certo, apenas não me despertam tanto interesse como modelos mais arrojados, mais rebeldes e atrevidos.

Sempre fui fascinado pela crueza da mecânica industrial, sem carenagens, autocolantes bonitos ou maquilhagem. Coisas com linhas ríspidas, letras garrafais e cores fores. Objectos arrogantes e altivos, afastados dos olhares curiosos, como se de bestas maquiavélicas se tratassem.

Mas, na frieza industrial também pode haver beleza e paixão...
Se pudesse fazer uma analogia, esta bicicleta seria a Ditta Von Teese transformada num aglomerado de carbono, alumínio e plástico. Tudo encaixado, aparafusado, soldado e colado numa conjugação ousada, burlesca e tremendamente provocante. Algo que fizesse com que as avozinhas conservadoras se benzessem, que fizesse com que os pais escondessem e trancassem as filhas em casa e que despertasse os instintos mais primitivos das tímidas bibliotecárias de óculos.

Na realidade, aparte deste fogo de artifício literário, este é o projecto que eu pensei e me propuz a realizar.
Esta é a minha BMC SLT01 Team Machine!

Quem?
Um mamífero pedalante, oscilando entre os 88 e os 89 quilos, que predominantemente faz BTT mas que aos poucos se rendeu aos encantos da estrada. Sou por isso novato nestas andanças da estrada. Não conheço por isso as praxes, as regras, os tiques e não sei se as fitas devem ser enroladas em noite de lua cheia ou em quarto crescente.

Não sou de muitas picardias, gosto de rolar tranquilo já que não me interessa a quantidade, mas sim da qualidade da pedalada. Não significa que não tente superar os meus limites e de impor novos objectivos mais ambiciosos, mas gosto de o fazer ao meu ritmo, como amador.

Gosto por isso de subir com calma. Gosto até mais do que de descer depressa. Gosto de rolar em estradas sossegadas, longe da confusão, e que normalmente são emparelhadas com uma paisagem apelativa e motivadora. Tenho dentro de mim um cicloturista competitivo, mas sem a parte da patuscada no final. Gosto de pedalar em grupos pequenos e também sozinho, num claro exercício de introspecção. Gosto de pedalar por prazer e não por obrigação.

Não faço corridas nem tenho pedalada para quem vive a estrada em andamentos mais pesados. Quero chegar a casa com a sensação que apreciei a viagem, mais do que com a sensação que fui o contador ou o Armstrong, a manter uma média altíssima durante muitos quilómetros. Não quer dizer que não faça as metas volantes da praxe com os amigos ou que não tente melhorar o tempo da subida X ou Z, apenas não perco o sono à conta disso.

Tudo isto define portanto a direcção que imprimi ao meu novo projecto de estradista e, consequência disto, o resultado final é feito de escolhas pouco ortodoxas aqui, menos racionais ali e sem grandes preocupações com a performance acolá. No entanto, dentro das escolhas que fiz, tentei ir buscar os melhores elementos possíveis, e que coubessem no orçamento destinado a este projecto.

Quando?
Este foi um projecto iniciado em Janeiro de 2010 quando me surgiu a oportunidade de comprar um quadro verdadeiramente especial. A partir daí foi dar forma à ideia e, apesar de a meteorologia ainda não se ter tornado constante, já fiz umas centenas de quilómetros e já tirei algumas conclusões que permitem ir escrevendo esta análise.

No entanto a ideia global que almejo (ou a montagem que eu faria se carregasse já no botão "comprar tudo"), digamos assim, será atingida algures no último trimestre do ano com a chegada dos componentes que fecharão praticamente em definitivo a minha visão para este projecto. Para já estará cerca de 80% completa.

Onde?
Os meus percursos estão para já balizados algures entre a Póvoa a Este, Guimarães a Norte, Amarante a Oeste e Cinfães a sul. O primeiro ano de estrada não deu ainda para explorar muito mais, uma vez que não foi um ano exclusivamente de estradista (como não serão todos os próximos), e porque foi também um ano de adaptação a esta nova realidade. Entretanto começo a magicar algumas voltas mais longas, essencialmente turísticas, e que poderão expandir em muito a área geográfica que actualmente percorro.

Fruto da orografia própria desta zona, as voltas são quase sempre recheadas de subidas e boas subidas, sendo que aqui e ali existem algumas subidas excepcionais! Mas também se rola e se desce rápido, assim o justifique a estrada.

O estado de conservação dos pavimentos é regular, sendo que existem alguns troços mais complicados com mais buracos ou fendas no pavimento.
 
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duchene

Well-Known Member
BMC SLT01 Team Machine - Análise II

Neste bloco, tentarei fazer uma análise consistente e minimamente detalhada de todos os componentes que constituem esta montagem da BMC, sendo que em posts posteriores poderão ser introduzidas alterações ao comportamento e características dos itens aqui analisados, bem como a substituição destes por outros, naturalmente tendo em vista um ganho ou melhoria concretos.

Espigão de Selim - Syntace P6 Carbon Raceblack
Depois de uma epopeia que durou mais de dois meses e exigiu a devolução de dois espigões à Bike24, finalmente a montagem pôde contar com o espigão de selim que eu sempre quis.

Discutivelmente este será um dos melhores espigões de selim do mercado (sem que isso signifique o mais leve) e olhando para as características, percebe-se porquê.

Para começar são 3 espigões num só. A sua cabeça de fixação tem um engenhoso sistema de plataforma que permite colocar o selim numa posição com recuo, sem recuo e com avanço face ao tubo do espigão. E consegue-o com um total suporte dos carris do selim, mesmo nas posições mais extremas. Isto significa um ajuste de 1 ou 2 tamanhos de bicicleta, apenas no espigão!

Mesmo na posição mais recuada, com o selim já fora dos limites do fabricante, o apoio proporcionado pela cabeça é fantástico e não creio ser fácil partir carris de selim com este espigão. Mesmo os carris de carbono que são massacrados pelos espigões mais minimalistas, ficam protegidos e envolvidos.

Continuando na cabeça temos as ferragens de aperto em titânio, sendo que os parafusos são colocados com um ângulo pronunciado o que permite ajustes mesmo com chaves em L de oficina, normalmente com a sua cabeça de plástico volumosa. Noutros modelos a chave está sempre a bater no tubo porque os parafusos saem na vertical.

São pequenos pormenores mas que para mim valem bem os 40 ou 50g de diferença face a um espigão mais leve, da moda e justificam também o dobro do preço pago face aos concorrentes.

O corpo do espigão é feito em carbono unidireccional, com uns simpáticos 9cm de inserção mínima. Todos os logos e marcações de altura estão por baixo do verniz o que lhes garante a longevidade e protecção adicional.

Adicionalmente a todas estas características a Syntace oferece 10 anos de garantia ao espigão que, tal como a maioria do itens de carbono da marca, está certificado para uso em Downhill e não possui limite de peso o que é no mínimo um garante da confiança que a Syntace tem nos seus produtos. A confirma-lo, recordo-me de ter visto algures uma bateria de testes destrutivos em que o P6 foi o último espigão do grupo testado a partir.

Para terminar o ar robusto e a exclusividade foram factores que vieram dar um ar único ao conjunto. Foi desde o primeiro momento a escolha emocional, à qual se juntaram todos os outros detalhes racionais, para reforçar a certeza do que era este o único espigão que poderia integrar esta montagem.

Avanço - Syntace F109 - 110mm
Quando pensei nos periféricos que iriam equipar este novo quadro, não tive muitas dúvidas para onde apontar o holofote da escolha. Poucas são as marcas que apresentam uma gama consistente de periféricos e, quando isso acontece (Cinelli, 3T, Easton ou Deda e Ritchey por exemplo), as opções pareceram-me sempre pouco interessantes para a filosofia industrializada deste projecto.

Não foi por isso de estranhar que a escolha tenha recaído no coração industrial da Alemanha e na tríade de sobriedade, robustez e qualidade da Syntace.

Dentro dos avanços que poderia escolher na Syntace, o topo de gama para guiadores oversize será o F109. O avanço tem por isso uma construção irrepreensível. O anodizado é de elevada qualidade e, pessoalmente, só acho que seja superado pelo tratamento mais polido dado por exemplo pela Thomson. Se somarmos o facto de ter os 6 parafusos em titânio, não há muito mais por onde melhorar este avanço. O peso? Há soluções mais leves, mas não me interessa ter um fio de esparguete cozido, a segurar o guiador à coluna da forqueta.

E daí... Talvez haja uma melhoria a fazer...
O logotipo poderia ser gravado a laser para garantir uma maior longevidade mas, com o devido bom trato que uma bicicleta de estrada tem, não me parece que a serigrafia dê de si nos próximos tempos.

De referir ainda que o avanço foi testado e aprovado nos rigorosos braços da VR3, a diabólica máquina de testes da Syntace. Não invalida no entanto que haja um cuidado acrescido na montagem dos arcos que fazem de placa frontal uma fez que o aperto deve ser uniforme, para evitar causar zonas de esforço no alumínio.

Nota positiva também para a inclusão de uma tampa. Sim, o avanço trás a sua própria tampa e também uma saqueta de pasta de carbono para a montagem em colunas de direcção... de carbono. Pormenores, pormenores...


Chavetas - Planet-X Ti
Vi umas boas dezenas de chavetas à procura de alguma que me enchesse realmente as medidas. Penso que só as Tune DC16 conseguiram isso com o seu vermelho e preto em contraste. Em todas as outras ou faltava algo, ou havia algo que não batia certo com a minha ideia para a montagem da BMC.

Poderia ter perdido a cabeça e optado pelas Tune, é certo no entanto, por uma questão de racionalidade acabei por optar por uma das muitas cópias deste modelo. E das muitas cópias, optei pelas mais baratas, que foram precisamente as chavetas da Planet-X, que custam sensivelmente metade do preço das chavetas da Tune.

Com o seu eixo em titânio e batentes e alavanca minimalistas, estas chavetas acusam 44g na balança, aproximadamente o mesmo peso que apenas uma das minhas antigas chavetas A2Z. Leve o suficiente para o meu lado weightweenie pouco vincado.

A princípio duvidei da resistência da alavanca de fecho em carbono (mesmo no caso do original Tune), no entanto depois de ter as chavetas na mão, constatei que além de ser muito mais resistente do que aparenta à primeira vista, não é sobre a alavanca que recai todo o esforço de fecho. A pista do batente que encosta à forqueta, e onde a alavanca se move, facilita o movimento pelo que se consegue um fecho seguro sem ser necessário efectuar um esforço descomunal na alavanca.

Este é um daqueles componentes que abaixo de um certo peso se torna numa escolha quase estética e penso que neste caso resultou de forma interessante acrescentando mais uma pincelada de vermelho anodizado ao conjunto.
 
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duchene

Well-Known Member
Re: BMC SLT01 Team Machine - Análise III

Pedais - Time iClic Carbon
Com os meus Look Keo Easy feridos de morte com folgas gigantescas, estava na hora de trocar de pedais.

Claro que os substitutos teriam de se encaixar no perfil deste projecto e, como tal, a lista de opções era bastante reduzida.

Entre Look, Speedplay, Time e Exustar havia algumas propostas válidas sendo que cedo descartei os Speedplay.

Uma proposta bastante sedutora eram os novos topo de gama da Exustar. Com 88g por pedal são extremamente leves, no entanto têm dois problemas que os afastaram prematuramente da corrida: O facto do eixo ser em titânio e de usarem um casquilho como ponto de apoio.

Com os meus 88 quilos, os eixos de titânio ficam fora de questão devido à sua grande flexão e uma maior tendência para o desgaste, o que só seria agravado pela utilização de um casquilho ao invés de um rolamento.

Isto retirou da lista também os Look e Time de titânio. Ficava a batalha entre os Keo2, os Time RXS e Time iClic.

Os Time RXS ficaram um pouco de parte porque já são um modelo com alguns anos, e portanto em vias de ser substituído, apesar de ainda aparecerem juntamente com os modelos de topo, na linha da Time para este ano. Adicionalmente o facto de haverem bastantes relatos de pontas partidas, fizeram-me ficar de pé um pouco atrás em relação a eles. Apesar disto as opiniões que tinha recolhido eram extremamente positivas os que me fez olhar com atenção para os seus sucessores, os iClic.

Os iClic Carbon apresentavam-se com uma série de características interessantíssimas, nomeadamente o sistema de lâmina de carbono que substituía a tradicional mola e que a Time entretanto licenciou à Look que aplicou este sistema nos seus pedais Blade.

A outra característica interessante era o facto de o pedal ser basicamente uma armadilha. Ou seja, ao passo que nos pedais tradicionais, quando engatamos o pé a parte de trás do cleat empurra a parte móvel até haver espaço para o cleat encaixar no seu sítio, nos iClic quando retiramos o pé do pedal, a parte móvel fica já na posição aberta sendo que é mantida assim por uma pequena travessa. Quando pousamos o pé, o cleat toca na travessa, e automaticamente o pedal "morde-nos" o cleat trancando tudo na posição correcta. Exactamente como numa armadilha.

Mas as fotos que via na net não me convenciam quanto ao aspecto dos Time. Curiosamente eram todas iguais, a 3/4 e mesmo as fotografias das apresentações nas feiras internacionais não eram esclarecedoras porque o ângulo era sempre o mesmo! Os pedais pareciam balofos e desproporcionais...

Mas num momento de Eureka, lá encontrei um site que tinha uma vista a 360º e aí tudo ficou claro! Eram tão agressivos, esguios e ousados como os RXS o que me deixou de imediato rendido.

Encomendei e quando me chegaram ás mãos, efectivamente não desiludiram. Eram fantásticos ao vivo!

Apesar de terem um peso modesto, acima dos 230g, todas as restantes características se adaptam ao que esperava dos pedais.

Primeiro são bastante versáteis na montagem. Cada cleat tem orientação e consoante seja usado no pé esquerdo ou direito, proporciona uma variação significativa no q-factor, sem que com isso seja necessário colocar o cleat em esforço ou fora do centro do sapato. Aliás, ao contrário dos cleats da Look, os dois parafusos posteriores não têm regulação lateral.

Já agora, os parafusos são de cabeça sextavada, usando-se uma chave 4 para apertar o que me permitiu aperta-los ao torque correcto com a chave da Ritchey que só tem o bit de 4mm.

No meu caso coloquei na versão com menos q-factor o que se traduziu de facto numa sensação diferente ao pedalar, mais compacta e sólida.

Ao contrário dos Look, que têm duas molas de carbono com resistências diferentes que é preciso trocar para alterar o feeling do engate do pedal, a Time conseguiu incorporar o sistema de regulação da resistência no próprio pedal, pelo que podemos alterar em 3 níveis, a força exercida pela mola. Posso garantir que na posição mais radical a mordida é impressionantemente sólida e iria certamente satisfazer o mais exigente dos profissionais.

Eu uso-os na posição mais leve e mesmo assim têm mais mordida que os Keo Easy e a sua regulação única.

E o engate é realmente algo de fascinante. Mas confesso que se os experimentasse numa loja, à pressa não os traria para casa. E passo a explicar: Nos Look, tudo é arredondado e suave. O arco do pedal recebe gentilmente o cleat, e o encaixe é fácil, mesmo sendo feito atabalhoadamente.

Já nos Time a lança do pedal tem um formato de arpão, com muitos ângulos e arestas, o que complica um pouco os primeiros encaixes. Mas assim que se domina a abordagem correcta (por volta da segunda saída), é incrível sentir como ao mínimo toque do calcanhar no "gatilho" todo o pé é sugado para a posição correcta com a fixação sólida e imediata.

Outra característica dos Time que apreciei bastante é o seu cleat. A parte inferior está revestida a borracha e têm uns "pés" na traseira do cleat que ao entrarem em contacto com o chão, protegem a parte que normalmente assenta no pedal. Apesar destes pés serem algo altos e fazerem um ângulo pronunciado com o calcanhar, proporcionam uma passada segura e sem os malabarismos e piruletas que já tinha feito em algumas ocasiões, com os cleats dos Look. Então para quem tem tijoleira no percurso entre a oficina e a rua, é uma dádiva esta segurança adicional!

Na estrada comportam-se como esperado, depois do engate sólido e das primeiras pedaladas, a generosa plataforma de apoio proporciona uma pedalada muito confortável e eficaz. Em carga não senti flexão do eixo embora não seja dotado de instrumentos de medição, é uma mera constatação empírica, e o rolar é, naturalmente, suave e silencioso, mesmo a pedalar em pé.

O generoso float é outra das características destes pedais. Nos primeiros tempos estranhei, sobretudo quando fincava a ponta do cleat no pedal em arranques e sentia ali alguma oscilação, no entanto, já fiz tiradas de 170Km sem qualquer tipo de problemas nem dores ao nível dos joelhos e tornozelos, o que me garante que, além dos cleats estarem bem regulados, a flutuação certamente ajudou a aliviar algum do stress nas articulações da perna e pé.

Vamos agora ver no teste de longevidade como se comportam os rolamentos e sistema de engate, para que eu possa aprovar a 100% esta opção pela Time e pelo seu sistema iClic.
 
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duchene

Well-Known Member
Re: BMC SLT01 Team Machine - Análise IV

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Este espaço encontra-se arrendado
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duchene

Well-Known Member
Re: BMC SLT01 Team Machine - Análise V

Em acção
A BMC no seu habitat natural

Muito naturalmente, um projecto como este, pensado ao pormenor e com a dedicação que lhe foi imposta, só poderia produzir uma bicicleta que fosse um prazer levar para a estrada. Assim, e desde Janeiro de 2010, são já mais de 3500 de aventuras, sempre com o pensamento no percurso mais turístico possível, favorecendo claramente a qualidade dos quilómetros, pese embora os melhores passeios serem normalmente os mais longos.

Primeira foto, no dia em que chegou a casa...
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E alguns registos da BMC no seu habitat natural:

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Josant

New Member
Re: BMC SLT01 Team Machine - Análise V

Lol!


Este espaço encontra-se arrendado para conter o 1º comentário! :D
 
Re: BMC SLT01 Team Machine - Análise V

eu sou invejoso. é ponto assente.

por alturas da primiera nuvem de cinzas estava eu na terra dessa maravilha e de outras (Biel, bem pertinho do Mont Chasseral que até apadrinhou umas belas rodas da dt swiss)

com 4 dias à espera do novo vôo da easyjet dediquei-me a visitar lojas da especialidade e foi quando vi as maravilhas que são as BMC

a SLR01 é uma beleza só é pena ter a fronha do Hincapie num muppie em tamanho real bahh

e a BMC SSX01 por 1300€ deixou-me a pensar e muito...

também vi uma Litespeed de carbono ?? confesso a minha ignorância pelo facto de eles não fabricarem apenas em titânio

e uma cinelli starto por «apenas» 10000€ .... o nível lá é outro

chega de off topic: tens uma bela máquina que ao vivo ainda é mais bonita
 

Burning Dogma

New Member
Re: BMC SLT01 Team Machine - Análise V

Ò Duchene, esqueceste-te dos canivetes no título do tópico, essa maravilha suíça:D Tenho aqui à minha frente um belo Victorinox Swisschamp:D

Estou super ansioso pelas fotos, além da máquina já ser um assombro de modelo, com as tuas fotos então ainda fica melhor:D
 

duchene

Well-Known Member
May the force be with me!

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Chegou hoje um dos upgrades mais esperados para a BMC, o conjunto de manetes SRAM Force com cobre manetes em branco.

Estas manetes encaixam que nem uma luva no projecto que idealizei.

Agora, dependendo do lado para o qual acordar virado amanhã, poderei mandar vir o não o guiador, o que permitira poupar o trabalho de desenfitar e enfitar, além dos cabos que se perdem depois de cada instalação.

Siga a rusga que só falta o selim, o guiador e o kit de cabos para terminar a grande fase de investimentos.

UPDATE:
Hoje tirei as manetes 105 e pesei tudo:
Sram Force com cabos de mudança = 349g
Shimano 105 com cabos de mudança = 522g

Redução de Peso = 173g
Custo da redução = 1,53 euro por grama
 
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Man_In_Blue

New Member
Re: May the force be with me!

Realmente já era tempo de vires aqui dar noticias :) Após todas aquelas grandes tiradas que tens relatado no outro tópico...:)
Está impecável a máquima que tás a montar!
Parabens!
 

duchene

Well-Known Member
Re: May the force be with me!

Ontem foi dia de montar as manetes Force, e de ser introduzido à nova realidade de não ter o famoso "estendal" na frente do guiador, cortesia das manetes Shimano.

Tinha tido a indicação que as manetes Force poderiam ser compatíveis com os desviadores da shimano, no entanto essa compatibilidade não se veio a confirmar.

Em 10 mudanças só 6 entram correctamente, sendo que ao tentar ajustar para uma das 4 que faltam, desregulo uma das 6 que funcionava bem.

Conclusão: Nada de remedeios e ainda hoje segue o pedido para mandar vir os dois desviadores Force.

Era uma situação que podia ter resolvido logo que encomendei as manetes mas fica provado que o barato sai caro. Agora tenho o tempo de espera e o custo dos portes adicionais para suportar.

Entretanto na minha senda por um selim que se entenda melhor com o meu real ponto de contacto na bicicleta, encomendei o Tune Speedneedle Marathon, baseado nos relatos extremamente positivos que tenho lido.

Apesar de alguns mails trocados com a Tune, e de bastante insistência, mesmo assim não se mostraram interessados em fazer por encomenda um SNM com a cobertura em pele branca, que julgo iria ficar muito interessante no meu conjunto.

Não quis arriscar no modelo normal, esse sim existente em branco, e portanto vamos ver como resulta o preto na montagem final.

Com tudo isto aproximo-me a passos largos dos objectivos finais.

Por um lado em termos de componentes irá ficar a faltar apenas o guiador para completar a ideia que, em Janeiro, magiquei para esta bicicleta.

Por outro lado, em termos de peso, os actuais 7,690g dão boas perspectivas para que, com os upgrades em falta, se possa baixar então da fasquia pretendida, e colocar a BMC nuns respeitáveis 7499g.
 

Tchivalo

New Member
Re: May the force be with me!

Podias arranjar uma fotonite não? É que ando um bocado ansioso para ver isso...;):p
 

duchene

Well-Known Member
Re: May the force be with me!

É só uma bicicleta, não é motivo para ansiedade...

Entretanto já existem algumas fotos no tópico Percursos no Porto, da bicicleta no seu ambiente natural.

Fotos de estúdio com a qualidade que pretendo para ilustrar este tópico, provavelmente só quando chegarem os próximos componentes. O que ainda poderá demorar uns dias. Não sou muito adepto de documentar exaustivamente cada pequena alteração.

Antes das fotos ainda colocarei o restante da análise escrita aos componentes.
 

duchene

Well-Known Member
The needle for speedle

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Hoje chegaram, directamente da Alemanha, os dois desviadores Force e também o Tune Speedneedle Marathon (TSNM).

Como a encomenda dos desviadores chegou de manhã às minhas mãos, aproveitei a pausa para almoço para instalar o desviador traseiro.

Para já apenas será instalado o traseiro uma vez que, para a frente, encomendei a versão braze-on e o meu quadro não tem este sistema de aperto. No entanto a compra foi propositada uma vez que a versão braze-on permite, além da colocação de uma braçadeira mais leve (quiçá carbono), a colocação de um “chain catcher”.

Felizmente ainda não tive problemas com a corrente a cair para o quadro, desde que tenho o BMC, mas sinceramente não me apetece ficar com a pintura e até o tubo de carbono danificados. Daí a instalação do referido dispositivo.

A instalação do desviador foi trivial e em menos de 5 minutos tudo estava funcional. Praticamente nem necessitei de alterar os limites de fábrica, só realizei um pequeno ajuste no limite inferior.

A indexação é agora, naturalmente, correcta. As passagens de mudança são muito mais sólidas e positivas do que no funcionamento melancólico do sistema Shimano. A alavanca Double Tap é bastante prática e, ao contrário do Shimano, é relativamente confortável de levar à sua amplitude máxima. Já para não falar no facto de que a alavanca do travão serve exclusivamente para… travar!

Entretanto à tarde instalei o Speedneedle. Quando me chegou às mãos, surpreendeu-me naturalmente a leveza, e a solidez da carcaça. A construção artesanal está bem presente sendo que a parte inferior não tem em consideração qualquer estética e apresenta-se com o acabamento em bruto. Os carris são sobredimensionados e parecem uma vespa enfurecida com o amarelo e preto do kevlar. Felizmente o facto de serem bastante sobredimensionados, não é problema para o Syntace P6 já que a cabeça do espigão abriga sem qualquer problema e sem inflingir stress desnecessário nos carris.

Foi com algum cepticismo face à ergonomia que o instalei na bicicleta e à segunda afinação, tinha a posição grosseiramente ajustada.

Munido da chave sextavada, fiz-me à estrada para uma pequena volta de afinação e ambientação.
Os primeiros quilómetros são de surpresa. A minha cabeça dizia-me que eu estava sentado numa tábua dura de carbono com pequenas almofadas de um suposto material acolchoado, mas a minha percepção sensorial dizia-me o contrário.

Tal como o Nuno afirmava na análise da sua Scott, não se explica muito bem como nos sentamos num TSNM, apenas sentamos e ficamos efectivamente encaixados numa posição bastante confortável. E a afinação grosseira parece ter resultado bastante bem.
Foi então uma hora e trinta quilómetros de teste. Aproveitei e ultrapassei a barreira dos 1000Km em 40 dias, o que prova a utilização que a BMC tem tido.

Utilizei neste treino uns calções OndaBike de gama média e não senti qualquer incómodo quer durante a utilização, quer após.

Mais satisfeito fiquei com a total ausência de pressão na zona perineal, facto que era mais ou menos evidente nos outros selins que já experimentei até hoje. O facto da zona central não ter qualquer acolchoado, cria um vão que permite à minha anatomia ter algum espaço vital e a sensação é muito bem-vinda.

Gradualmente irei aumentar o número de quilómetros, para me ambientar, sendo que quinta-feira são esperados 100km e sábado eventualmente 180km.

Naturalmente a redução de peso foi substancial. Melhor ainda quando o TSNM pesa menos que o anunciado, acusando apenas 102g na balança.

Com as alterações de hoje, a BMC desceu para os 7560g, o que deixa para os últimos retoques a missão de eliminar os 61g acima do objectivo.

__________

Tune speedneedle Marathon: 102g
Desviador traseiro SRAM Force: 172g

vs

Fizik Arione: 256g
Desviador traseiro Shimano Ultegra 6700: 188g

Total de peso retirado: 170g
Custo por grama: 1,58€
 
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paradawt

Moderador
Re: May the force be with me!

Duchene,

Aguardo ansiosamente por novidades da tua parte.

Valorizo imenso estes projectos unique. Acredito que vai sair daí um maquinão!!!

Muito por tua causa, estou a valorizar imenso a BMC. Além de que já li umas criticas muito boas.

Isto é como os carros. Quando temos dinheiro, até fica dificil escolher :D
 

duchene

Well-Known Member
Re: BMC SLT01 Team Machine - Queijo, vacas, relógios, montanhas e a rebeldia helvétic

110Km ontem para aferir da habituação ao Speedneedle, em 4h.

Quilómetros feitos com uns calções cofides de gama média, maioritariamente sentado e a rolar em cadência, numa volta até Esposende.

Apesar de ainda não estar a afinação a 100%, não ficaram mazelas rigorosamente nenhumas nas zonas de contacto com o selim.

Hoje sentei-me novamente no selim, com uns calções "à civil", sem acolchoado e não notei nenhum ponto dorido, o que deixa boas perspectivas para utilização moderada a longa.

Amanha se tudo correr bem, teste de longa duração, com calções de alta qualidade e a chave sempre presente para a afinação refinada, que espero, seja final.
 

Cancellara

New Member
Re: BMC SLT01 Team Machine - Queijo, vacas, relógios, montanhas e a rebeldia helvétic

É realmente surpreendente o quão confortáveis são os selins em carbono. O meu não tem qualquer almofada - é apenas uma fina folha de carbono - mas é, seguramente, o selim mais confortável que já tive.

Quanto ao funcionamento das manetes SRAM com os desviadores Shimano, ao contrário de ti - e como tinha dito antes - tivemos experiências diferentes. Da primeira vez que utilizei essa combinação (aproximadamente 120Kms) apenas 1 carreto não estava a engrenar correctamente (um dos intermédios). Ontem, depois de 1 mês dedicado inteiramente ao btt, peguei na fininha para uma voltinha curta, e desta vez ainda funcionou melhor, todas as velocidades entraram bem. A única coisa que continua a não me agradar muito é a força necessária para accionar os desviadores. Não sei se será por os Shimano terem molas mais fortes, o que os torna inadequados (também por esse motivo) para interagirem com as manetes SRAM.

Como é com a combinação SRAM - SRAM? Achas a força razoável?
 

duchene

Well-Known Member
Re: BMC SLT01 Team Machine - Queijo, vacas, relógios, montanhas e a rebeldia helvétic

O sucesso do selim para o meu tipo de voltas, dependerá dos resultados de amanhã. Só aí, ficarei rendido, ou não, a este tipo de selim.

Quanto às mudanças, no meu caso, apesar de experimentar afinar o melhor que conseguia, o funcionamento não era perfeito.

A força extra necessária para mover os desviadores shimano com manetes SRAM prende-se seguramente com o facto de que a alavanca das manetes SRAM é muito mais pequena, comparativamente à grande alavanca dos Shimano. Por isso custa mais realizar o movimento de deslocação do mesmo desviador. Adicionalmente a forma como o paralelogramo do SRAM é desenhado e o facto da sua posição ser mais horizontal (desviador traseiro) poderá facilitar o movimento.

Com o desviador SRAM, colocar mudanças mais leves torna-se perceptivelmente mais fácil sendo que baixam com igual facilidade e com resposta muito positiva.

Para já, perfeitamente satisfeito com a troca.
 

gokamen

New Member
Re: BMC SLT01 Team Machine - Queijo, vacas, relógios, montanhas e a rebeldia helvétic

Boa noite Duchene... Bem me parecia que passei por ti em Esposende na 5ªfeira. Reconheci a tua BMC.. Ias acompanhado de um amigo com uma Canyon, certo?? Estive quase tentatado a gritar "ora viva Duchene"!!! Passei por vocês perto da 1ª Rorunda em Esposende, onde depois vocês seguiram para o centro de Esposende e eu segui para Viana, ia numa Cannondale, com o equipamento da Póvoa de Varzim... Eu fiz menos Km... Fui até a S. Luzia e depois fiz o regresso (bem tentei fugir à N13, mas acabei por me enganar e tive de regressar à "velha" estrada), no final deu 100Km, em 3h20...

Abraço e Boas pedaladas (peço desculpa por este aparte neste tópico, mas não resisti!!)
 
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