• Olá Guest , participa na discussão sobre o futuro desta comunidade neste tópico.

As voltas do Fogueteiro

fogueteiro

Active Member
Olá Pessoal...

... voltei, e com muitos projetos para 2014.

Ontem foi mais um dia que aproveitei para pedalar com o meu amigo Luís Cabaço da Sertã. O tempo prometia chuva mas ela não apareceu, a não ser já no final.

Antes de sair, avisei bem o meu colega que a minha forma anda pelas ruas da amargura, e que não estava com muita coragem de devorar Kms e kms. No meu pensamento estaria uma voltinha na casa dos 80kms, sem grande dificuldade, para recomeçar a dar andamento aos rolamentos dos joelhos.;);)

Sete e meia estávamos no local de encontro a dar as primeiras pedaladas: Rotunda à entrada de Cernache do Bonjardim. Confesso que ia com um pouco de medo. Estava bem ciente da minha completa falta de forma, pelos muitos meses sem pegar (de jeito) na bicicleta. Detesto ver que outros se atrasam por minha causa, mas felizmente ia com um colega 6*.

Os primeiros 10 kms foram cumpridos a descer. Não sabia o "petisco" que o meu colega tinha para mim, mas depois de sairmos da estrada que liga Sertã a ferreira do Zêzere, entramos num paraíso. É uma estrada que ladeia sempre um braço da albufeira do Castelo de Bode. Tirando um ponto ou outro que originaram alguma dificuldade, a estrada mantinha-se mais ou menos plana.

Chegamos a Alvaiázere. Novamente deixamos a estrada regional para nos emaranharmos, novamente numa beleza excelente tendo sempre a já falada albufeira como pano de fundo. Foz de Alge e finalmente Figueiró dos Vinhos.

Foi nesta última vila que paramos para renovar as nossas reservas de calorias.

Restava-nos apenas mais uma dificuldade: A subida da barragem da Bouçã até Cernache do Bonjardim. Ia a sentir-me bem... muito bem, tanto das pernas com pela conversa animada que íamos a ter, que até ficamos admirados quando chegamos lá acima.

Resta-me agradecer, muito, ao Luís pela companhia excelente e pelo fabuloso trajeto que "inventou". É destes que eu gosto. Venham mais

Dados estatísticos (resumidos):

Kms percorridos : 64
Acumulado positivo: 1215m

Mapa

Fotos
 

syndicaterider

Active Member
Boas fogueteiro, antes de mais parabéns pela volta! Ando a magicar uma volta, por essas bandas! Um dia destes apareço aí, para fazer um reconhecimento da zona.
 

Skyforger

Active Member
Boas fogueteiro, antes de mais parabéns pela volta! Ando a magicar uma volta, por essas bandas! Um dia destes apareço aí, para fazer um reconhecimento da zona.

É bom voltar a ler novidades no cantinho do fogueteiro ;)
Sérgio, sou mais um que está em pulgas para ir pedalar para aqueles lados. Quando decidires ir avisa.
 

cabaço

New Member
Boas tardes

Zé Almeida obrigado eu pela companhia, e não estás assim tão enferrujado mais umas voltinhas e estás pronto para mais aventuras.
Tenho que arranjar mais umas voltas parecidas.

Abraço

Luis Cabaço
 

fogueteiro

Active Member
syndicaterider, Skyforger

Conto convosco quando quiserem. Deixem-me apenas ganhar mais "calo":cool: Arranjo-vos uns bons kms para percorrerem.

Cabaço

Já sabes que podes contar comigo para grandes e pequenas voltas. É só dizer. Só não consegui ainda foi perdoar-te aquela volta que me prometeste os últimos 10kms a descer... e até hoje estou para saber onde estava a descida. ;);)
 

Armando

New Member
Já sabes que podes contar comigo para grandes e pequenas voltas. É só dizer. Só não consegui ainda foi perdoar-te aquela volta que me prometeste os últimos 10kms a descer... e até hoje estou para saber onde estava a descida. ;);)

Provavelmente era uma descida "invertida" e ele esqueceu-se de referenciar isso. :mad::mad::mad:
 

cabaço

New Member
Boas

Fogueteiro desculpa mas era para fazer a volta ao contrário, pois assim já eram 10 km a descer !! eheheheeheh

Gostamos é de subidas.
 

fogueteiro

Active Member
Panta:

Vamos lá ver. Já anda na minha cabeça há muito tempo organizar um PIF ou PIF*U cá por estas bandas. Já tenho o percurso feito e refeito, com algumas alterações sugeridas pelo meu companheiro "Cabaço", datas marcadas e tudo, mas à última não se concretiza.

Vamos lá ver se é este ano, lá para Junho. Gostava de de falar contigo, novamente.

Luís (Cabaço)

não me lixes ainda mais. A mim já não enganas!!!! Na próxima quero ver o percurso bem explicado, antes de sair.;);)
 

Panta

New Member
Organiza lá isso e deixa-te de promessas.
Há uns 3 meses atrás andei por aí de bike. Figueiró, fragas de S. Simão e Castanheira, etc.
Essa zona também é muito fixe.
Abraço
 

fogueteiro

Active Member
Mais vale tarde que nunca... diz a sabedoria popular

Vou relatar a minha volta do passado Domingo. Pensando que ia com mais 3 colegas acabei por ir sozinho. Mas o assunto está resolvido....

Arranquei da tal rotunda da Portela em Coimbra, passavam dois minutos das 8,15. Acabei por optar pelo percurso inicial, porque sabia que por por Penacova teria que percorrer mais alguns kms, o que me atrasaria ainda mais.

Fui então pela N17, a famosa estrada das Beiras. Esta via constituí para mim um objectivo, assim como a N16 e EN18... vagueações.:D

Para quem não conhece esta via, até Vila Nova de Poiares, não deixa de ter um paisagem bonita, mas o transito é bastante intenso. Não tem dificuldades de maior, e acompanha o rio Ceira, que neste momento corre bem turbulento. Não tem grandes dificuldades. Rolava a bom ritmo porque me sentia confortável e animado.

A determinada altura, fiz a minha boa acção do dia. No meio da faixa da rodagem jazia o corpo de um cachorro morto, atropelado por um carro. Olhei para ele e logo percebi que se tratava de um cão novo, o que me incomodou ainda mais. Segui, mas a consciência ficou pesada e dei meia volta. Pequei no pequenote e "sepultei-o" num "jazigo" mais digno, no meio da vegetação longe dos olhares indiferentes.

Batiam as nove horas quando entrava em Vila Nova de Poiares. Aqui entrei na N2, o que constitui um mundo totalmente diferente da agitada N17. Parecia que tinha entrado noutra dimensão, com tanta paz. Esta viragem coincidiu com o início das grandes dificuldades do dia, começando logo com uma subidazita duns 8 kms. A aldeia serrana de Olho Marinho ficou na minha imaginação: Porque é que existe uma aldeia com este nome, aqui tão longe do oceano?

Apesar de uma ou outra dificuldade segui num ritmo mais ao menos vigoroso, para mim, olhando ao que tenho pedalado. Às 9,45 estava a atravessar a vila de Góis. Sabia que pela frente estava a dificuldade do dia. Já a desci duas vezes, mas nunca a tinha subido. Era do meu conhecimento que pela frente tinha 15 kms a subir. Embora com uma inclinação constante na casa dos 5, 6%, não se torna dura pela inclinação mas sim pela extensão. Esta subida tem feito parte do famoso passeio das aldeia de Xisto, o skyroad.

Logo de início, segui o conselho que os manuais de cicloturismo: Engrenei na velocidade que pelos meus cálculos seria a ideal para não mais mexer no manípulo. Meti no carreto dos 23, encontrei o meu ritmo e lá segui eu. O meu estômago já começa a reclamar reforço, mas eu decidi apenas parar a meia subida, num café lá existente. Bucha comida e bebida, em apenas 5 minutos e... toca a pedalar outra vez.

Finalmente cheguei ao topo, a chamada Portela do Vento... agora eu senti, porque se chama assim. O vento de frente e de lado travavam o meu andamento, felizmente que por lá existem alguns pedaços de estrada bem resguardados da ventania.

Estava, agora, reservada um descida de 9kms até Alvares. Detestei fazer a descida. Embora com piso excelente, o vento lateral obrigava-me a ir muito preso ao guiador (gosto de descer descontraído), ajudado pela tristeza de ver os resultados dos violento incêndio de Góis do verão passado.

Desta aldeia até Pedrogão Grande e depois até Pedrogão Pequeno, passando pela Picha e Venda Gaita, a estrada nacional 2 é um carrossel agradável, embora as pernas já acusassem algum desgaste.

Foi uma voltinha muito agradável, ultrapassando os 1700m de acumulado positivo e 99.200m de extensão, a uma média de quase 22kms/h.

Fotos? Ainda não, mas pelos vistos brevemente irei ter a possibilidade de as tirar... vamos lá ver.;););)

Mapa

Amanhã há mais kms para devorar, desta feita ultrapassando os místicos 3 dígitos.:D:D:D:D
 

jpacheco

Well-Known Member
Excelente relato fogueteiro... gostei imenso da boa acção que Fizes-te com o cachorro.. ahah e essa gaita e picha :)

Ainda vou perceber como vieste para Coimbra... pode ser que um dia o faça também. Apanhas-te o autocarro pela manhã?
 

pratoni

Well-Known Member
Era o que ia perguntar. O formato raid da volta fez com que tenhas feito uma deslocação sem ser de bike, ou no inicio, ou no fim.

Apanhaste boleia ou algum transporte público?...
 

fogueteiro

Active Member
Pacheco + pratoni:

este passeio surgiu, como já surgiram muitos, num programa de fim-de-semana com a família. Como temos a herdeira a estudar em Coimbra fomos estar com ela e depois no regresso a casa, eu vim de bicicleta... há que aproveitar as oportunidades:D:D:D

Tal como diz o Armando, o que custa é recomeçar. Os "jogadouros ósseos" não estão lubrificados (não disse com ferrugem;););)), a força anímica também já não é a mesma, mas lentamente isto vai ao lugar.

Pois bem, Domingo lá embarquei em mais uma aventura que me deixou de rastos. Acredito que se tivesse acontecido há dois anos atrás, a coisa seria bem diferente, mas a falta de treino cobrou os seus dividendos.

Não tive a companhia do meu companheiro de loucuras, mas no Sábado à noite telefonei e perguntei-lhe: "Ò Luís... o percurso da praia fluvial do Pessegueiro é mais fácil de se fazer pelo lado... ou pelo lado...?" Resposta dele: "Zé aquilo tanto duma forma como de outra é de morrer..." Mas tentando que a minha consciência me deixasse em paz tentei pensar racionalmente: "Ora, pela geografia se eu começar o percurso de uma forma terei mais possibilidades de descer..." Enganei-me redondamente!!!

Bom, mas eram 7,45 da matina e saía de casa, para cumprir um percurso que eu já conhecia em parte, mas com dois setores que eu não sabia nada deles. Entrei na nacional 2 que me levaria até Alvares, aldeia que eu falei na última história que escrevi. Comecei a subir o que há uma semana tinha descido, mas a meia subida, virei para a direita, para entrar no 1º percurso que eu não conhecia... o tal da praia fluvial do pessegueiro.

Começou logo em ascenção. Mas eu teimava em pensar que aquilo ia "amainar" e que depressa iria começara descer até à Pampilhosa da Serra, que era o meu objectivo a meio do trajecto. Mas aquilo não dava tréguas. Para terem uma ideia, este troço é totalmente em carrossel, mas não os dos cavalinhos, mas sim uma montanha russa muito cheia de adrenalina. As descidas sempre na cada dos 10 -13%, depressa eram transpostas, motivado pela velocidade que atingia, mas logo a seguir uma parede com igual inclinação. Certa vez olhei para o meu VDO e marcava 15%, numa parede com cerca de 400m. Mas se fosse apenas duas ou três a coisa nem ia mal, o pior é que aquilo não parava.

Como se não bastasse a roda da frente começou a perder ar, por causa de um furo (foi bem feito, porque por preguiça não atestei o pneu que sabia estar com a pressão baixa). Câmara mudada, segui, com os meus pensamentos positivos: "pelo que já andei isto deve estar quase a acabar". Mas teimava em não acabar. :rolleyes::rolleyes:

Finalmente alcancei a N112, que me iria agraciar com uma descida de 4kms até à Pampilhosa da Serra. Parei para retemperar as forças, e no café o dono meteu conversa e perguntou de onde vinha. Expliquei-lhe e ele com uma cara que nem vos conto perguntou-me: "Mas você veio pelo Pessegueiro?!! Aquilo até de carro custa de **$%&$#"()))&G%$!!!" Pois eu já estava por dentro da coisa.:D:D

Cambas era o novo objectivo. Nunca me cansarei de percorrer a N112, por é das estradas mais bonitas que conheço e com uma subida deliciosa. Passei por cima do Zêzere e no café perguntei: "Ò Amigo, eu quero ir para o Alto do Cavalo, mas por Amieira, e Urraca, é por ali?" "Sim, respondeu o homem... você vai sempre à borda do rio que vai encontrando as placas." Perguntei:" E sobe muito?" "Não! Só um bocadinho perto da Amieira, mas nada de especial!" Ou o homem não sabe o que é uma subida ou então o seu burro é obediente. A minha burra nas subida é mais teimosa que o dono.:p

Bom, mas com estas informações lá segui viagem, sempre ao lado do rio. Ia aproveitando para apreciar a paisagem e ver um cegonha negra, que nem me apercebi que a estrada estava a começar a inclinar. Ia inclinando, devagarinho sem dar tréguas, até que surge a primeira rampa de 10%. O homenzinho não percebe nada... Um bocado mais plano, e nova parede e assim foi durante uma boa dezena de kms. Finalmente, lá no alto, no meio do nada, deparo-me com um cruzamento sem indicações. E agora?? Olhei e vi um edifício e alguns carros, e mais proximamente ouvi vozes.

"desculpem. Eu quero ir para o Alto do Cavalo, é por onde?" Um deles disse que o ideal seria seguir até determinado ponto e depois apanhar um estradão em terra batida, porque senão teria que descer à ribeira e fazer o bocado restante até à nacional com rampas muito íngremes. O outro concordou mas disse que seria muito complicado para mim dar com o tal estradão. "Eu vou consigo! O sr. se for pela Amieira vai apanhar inclinações na ordem dos 20% durante muitas centenas de metros. Você devia usar um GPS!":confused::confused::confused::confused: Ou o homem percebe disto ou então anda de bicicleta para falar daquela forma e tão confiante.

Foi simpático, mas obrigou-me a esforçar-me mais, serra acima, e assim acabar com o resto. Finalmente lá bem no alto, está ele parado, fora do carro à minha espera. explica-me tudo "tim-tim" por "tim-tim", e lá sigo eu à espera do estradão. Saltou-me logo à mente o inferno do Barroso, há uns 3 anos atrás, onde experimentei o sterratto e não me dei nada bem. Mas Domingo eu já ia demasiado esgotado para renunciar a este "rebuçado" que me iria livrar de mais subidas alucinantes.

Finalmente o alto do Cavalo. Até casa separavam-me 15 kms, na sua maioria em descida.

Tenho por hábito apelidar algumas das minhas voltas (rota da vaidade, ponte do silêncio, etc) e esta poderei chamar-lhe:a rota do diabo enfurecido.;););););)

Dados:

Kms percorridos: 115
Inclinação média +: 4%
Inclinação máxima: 15%
Acumulado +: 2300m
Média: :eek::eek::eek::eek: (mas afinal para que é que isso importa? :rolleyes::cool:)

Mapa
 
Top