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[Arquivo] La vélo Duchene: As crónicas de André Carvalho

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NiKES

New Member
Deve ter sido um lindo passeio. Ainda não fui descobrir a Serra do Alvão... apesar de já estar agendado há muiiiitoo =/

O comboio dá um raio de acção muito maior, além de ser um meio de transporte barato !! ;)

O duchene deverá confirmar isso... mas não é preciso capacidade nenhuma para criar percursos. É preciso ter tempo para pesquisar as estradas nos mapas google. Pessoalmente sou um doido por essas pesquisas, estou sempre a criar percursos, ver estradas, ver a altimetria... há tanto para descobrir !!! A parte pior... é concretizar os percursos na prática :D

Boas pedaladas !!!
 

Miro

New Member
Eu a conta do amigo Duchene e não só, também me aventurei no planeamento de rotas... Depois de comprar o Edge 500 e começar a planear as rotas, tem sido a loucura :)

Por enquanto ando a descobrir os quelhos à volta de casa, isto porque não tenho tido tempo para tirar 1 dia só para a bike. Mas já tenho planos para o próximo mês iniciar as minhas viagens de comboio ;)
 

fogueteiro

Active Member
André,

é isso mesmo... está já ninguem ta tira!!! É tua de pleno direito. Conquistaste o Campanhó, com as condições climatéricas a não ajudar nada. Deve ter sido terrível, sem sombras, cafés, tascos, e fontes. Mas já está.

Quanto ao telefonema, não custou nada, e pelos vistos acertei na hora, minuto e segundo. Os amigos são para os momentos mais difíceis:D:D.

Acredita que depois foi mais complicado tentar explicar (o inexplicável) à minha mulher, que pela nhésima vez me perguntou: "Que é que vos leva a andar sózinhos, com este calor, a subir serras e a martirizar o corpo dessa forma?"

Parabéns, mais uma vez.
 

duchene

Well-Known Member
De facto planear os percurso não é propriamente física nuclear. Mas implica queimar a pestana de volta do Google Maps, Bing, ViaMichelin e inúmeros websites que reúnem informação sobre os locais onde pretendo passar. Depois é juntar uma dose de rebeldia e uma grande aversão a estradas principais, e temos os ingredientes de algo que pode ser interessante...

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@Daniel
Quando estiver bem disposto, escrevo o relato. Entretanto, podes ver o mapa aqui.

@Zé
De facto para quem está de fora não é muito concebível as tolices que se fazem pela paixão à bicicleta mas, sobretudo, por paixão ao nosso património natural, edificado e populacional.

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Ao rever os dados de Campanhó, fica claro como o homem da marreta andou bem perto. Foram precisas praticamente 2 horas para levar de vencida a serra, com várias paragens e com o pico de temperatura a registar-se sensivelmente a meio da subida.

É uma vertente mesmo muito desprotegida. Haverá como te disse poucas dezenas de árvores a dar sombra ao longo dos longos quilómetros de subida. Há apenas uma fonte à entrada de Tijão e tanto esta aldeia como Campanhó ficam consideravelmente afastadas da estrada principal e a uma cota mais baixa, o que torna pouco prudente qualquer tentativa de ir lá abastecer.

Apesar de tudo e olhando agora com o devido afastamento, é uma subida extremamente interessante, e de uma complexidade maravilhosa, quando comparada com a aparente linearidade que transmite no papel...

Já tenho uns bons quilómetros de subidas naquelas encostas, mas ainda há muito mais para explorar, especialmente na vertente Sul do Marão, entre o Alto de Espinho e o rio Douro.

Quem sabe, já numa próxima aventura... :D
 
André, passaste por aqui?
Se foi, já passei em Btt e apenas cruzei a estrada que estava bem pintada por outros tempos da Volta a Portugal certamente! Pareceu-me ser uma boa empreitada para fazer na fininha!
Se quiseres apago a foto depois!

 

duchene

Well-Known Member
Passei pois e com a língua bem de fora! Aquela indicação de Centro de Campanhó é bastante optimista :D

A subida ainda o ano passado fez parte da volta, assim como fez (não sei se também o ano passado) a N206 acima de Ribeira de Pena, já que a estrada estava também pintada com incentivos ao Cândido.

Num dos rails da estrada que seguia para os arredores de Ermelo havia também um autocolante com um ciclista, já bastante queimado do sol, mas a denunciar que eventualmente também já por lá tinha passado o circo da Volta.
 
Aquilo pareceu-me ser duro, mas tenho de falar com conhecimento de causa!! Tenho de me localizar no espaço e no tempo. Na pagina da garmin não consigo ver como descarregar o percuso. estou a ver mal ou não está disponivel?
André se passaste nesta subida, se calhar tb já a tinhas cruzado em btt ou nem por isso?
 

duchene

Well-Known Member
Nunca andei de BTT concretamente em Campanhó. Passei perto ou à vista na Douro Bike Race e na maratona do Marão 2010. Mas não me atreveria a ir para aqueles lados com este calor em versão offroad. Destilo a uma velocidade ainda maior e aí é que apanhava certamente uma valente marretada!

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A subida em si não tem grande dificuldade. 80% do tempo rolas abaixo dos 5%. Aqui e ali, uns troços a 8 e a 11%. Nada que assuste. Nem a distância é problema, porque no Montemuro já subi mais Km, mas com menos mazelas. E também depende de onde vens. Eu cheguei à entrada da subida já com 100Km e 2000m de acumulado nas pernas e desde a N206 que não havia um único café ou similar na minha rota. 50Km de vazio em que foram apenas as muitas fontes ao longo da estrada e das aldeias a assegurar o abastecimento de líquidos. Nada de coca-colas para animar o espírito...

O grande problema ali é mesmo o facto da subida ser muito desprotegida e sobretudo muito árida. O xisto branco reflecte o calor de uma forma incrível!
Num dia de muito calor como no sábado, às 2 da tarde, vais literalmente a tostar. E apesar de estar devidamente alimentado e hidratado, cedi um pouco no plano psicológico, o que complicou as contas da subida. Andei na terra dos Zombies uns 8Km até engatar nos últimos 3Km e disparar na descida até Campeã, para abastecer de algo mais biológico. Belas tangerinas!

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O percurso mando-te depois por mail.
 

mr.al

New Member
Já é um pouco redundante dar-te os parabéns por estas empresas a solo...;) parabéns!
Quando andei por esses lados, ainda olhei para o vale a seguir a Bilhó, mas não achei boa ideia descer até lá a baixo :p... pelos vistos há que subir bastante para regressar à "civilização"!
Vai riscando... qualquer dia lá vou eu na roda de um dos teus percursos!:cool:
 
Hum, cedeste no plano psicologico foi? É coisa que não me tem acontecido porque desde á muito tempo e porque tenho o corpo bem treinado para o que pretendo fazer.
Não é facil bem sabes ir sozinho por uma subida fora algo desconhecida e a tostar, a cabeça começa a facilitar e quando dás por ti estás quase parado.
Convem relatar as coisas desta forma para que o pessoal não pense que os homens das grandes tiradas solitarias não passam maus bocados. Eu pessoalmente á muito que não os passo, mas é preciso força e coragem. Não é só força nas pernas que importa e não são os treinos durante a semana que nos preparam para isto a nivel psicologico.

Uma coisa que estou admirado é a quantidade de fontes de agua que existem. Eu tenho a opnião que nesses sitios agua pelo menos no meio do monte é uma falta enorme.
 

fogueteiro

Active Member
Acredito que a força psicológica é a mais forte de todas e a mais necessária. As pernas, com mais uma sande e uma cola, lá vão rodando, mas a cabeça não.

Eu também já passei por isso, não pelo que estava a passar no momento, mas sobretudo por pensar que ainda me faltavam tantos kms para percorrer. Esse sentimento, a mim, mata-me, por isso é que eu vou sempre a fazer contas de cabeça, tipo: Se eu fizer esta média chego às tantas horas? se eu parar 5 minutos, que andamento devo impôr para recuperar o tempo perdido?

Já me acontceu, não estar com vontade de fazer contas, então pús-me a cantar em altos berros. Aproveito para pensar na vida, colocar as ideias em ordem, mas fugir ao máximo dos pensamentos que me possam prejudicar. A cada volta é reforçada esta capacidade, e estou certo que o André depois desta ficou ainda mais forte.

Quanto às fontes, por vezes descoramos este aspecto, mas esquecemo-nos que elas são mais frequentes nos vales do que nas encostas. Por isso é mais que obrigatório ir parando nas que pelo menos existem.
 

duchene

Well-Known Member
O cérebro é como qualquer outro músculo, treina-se! :D

E apesar de na altura não estar propriamente positivo a ponto de ver as coisas de uma perspectiva evolucionista, a verdade é que a cada solavanco destes, há mais um mecanismo de defesa que se cria e mais bem preparado ficarei para enfrentar novos desafios. Aliás, mossa fizessem e tinha logo arrumado os pedais o ano passado, quando me vi em apuro semelhante para os lado de Celorico.

Em todas as voltas tenho um momento destes, mais ou menos prolongado. Longe de ser fatal, cria ali algum arrasto que é preciso saber vencer. E não há uma causa comum ou garantida. Hoje poderia fazer a mesma volta e não vacilar. O clique é dado por um determinado conjunto de factores que só na hora se conjugam de forma negativa. Claramente em Campanhó o problema maior foi o extremo calor.

Fisicamente havia energia de sobra (aliás notou-se a subir para o alto de Espinho) mas animicamente faltava alguma coordenação. Subi bem até Tijão, quebrei até acima de Campanhó e depois voltei a recuperar. Eventualmente sofri por antecipação e paguei o respectivo preço.

A cabeça prega-nos estas partidas mas, ainda assim, continua a ser uma maquineta fascinante. Em 10 ou 12h de viagem solitária há muito em que pensar e muitas estratégias para enganar o tédio. As minhas preferidas são as perguntas filosóficas sobre geografia e etnografia: "Porquê aqui?" pergunto eu mirando uma aldeia perdida na solidão árida da serra...

Depois há todo o cálculo de distâncias e médias e cadência e pulsação como o Zé referiu e bem. E o constante "fotografar" e fotografar. Ora com os olhos, ora com a maquineta digital...

Aqui e ali lá se passam os maus bocados, mas também é desse sal que vive esta salada de emoções servida nas longas tiradas.

Como diria o quarteto metálico de São Francisco: O que não te mata, faz-te mais forte!

--

As fontes são mais abundantes nos maciços graníticos, aquíferos por excelência. Por isso o Gerês e o Marão são tão bem fornecidos destes pequenos oásis. Nas aldeias do Alvão há quase sempre uma bica central, que garante um abastecimento precioso, mesmo a grandes altitudes. Confiança para beber, só mesmo nas fontes mais remotas. As que são mais próximas de zonas densamente povoadas serão apenas para refrescar...

A título de curiosidade, a fonte do parque de merendas à face da estrada depois de Ermelo debita qualquer coisa como 100l de água fresquíssima por hora ou, se preferirem, um bidão de litro em apenas 6 segundos! Um regalo para um viajante acossado pelo calor como eu!
 

NiKES

New Member
Cada vez que faço voltas longas passo sempre por um bocado "mais complicado". Nunca senti problemas físicos, mas a cabeça começa a fraquejar e parece que as pernas seguem hahaha isto acontece sempre entre as 14h e 17h, passado essa fase... parece que poderia andar mais 10h :D

Boas pedaladas !!
 
Nikes, porque não parar entre essa hora num café ou programar uma descida de 3horas? ou tipo Fogueteiro, tiras ar ao pneu e pedes boleia e depois enches de novo!!

André, eu até te fazia mais umass perguntas para entreteres a malta com os teus textos todos chikes como eu já te disso, mas depois ias perder tempo de treino/passeio e isso depois servia de desculpa!

É assim mesmo que gosto de lêr, convem que as pessoas entendam tudo o que sentimos ao logo de uma viagem soltaria para depois nao dizerem que empenaram da cabeça e as pernas estavam categoria!!

Eu nos momentos de tédio começo a pedalar feito maluco a cantarolar musicas de anuncios parvos de tv!! é certo que se passar por uma boa vaca lavadinha paro a imaginar o prazer que o boi tem ao ver aquela quantidade de bife soculento ali a reluzir....pah cada um com a sua panca, mas ha cada vaquinhaaaaa hehehe
 

duchene

Well-Known Member
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A festa da Volta na Senhora da Graça já viu melhores dias, diz quem por lá já assistiu a dezenas de chegadas. Ainda assim continua a ser um peculiar pedacinho desta forma tão simples de ser português, que incluí vinho tinto, cerveja, churrasco, música aos berros e muita boa disposição.

Ao contrário do ano passado em que apenas subi desde o sopé e fiquei por lá a passar tempo, este ano houve tempo para uma pequena volta de 50Km antes de atacar a subida. Munido de boa companhia, fizemos o percurso de Mondim até Bilhó, seguindo depois para as fisgas de Ermelo, regressando a Mondim para então degustar o prato principal.

Já conhecia o percurso na sua totalidade, mas por ali não há muito por onde inventar com os quilómetros tão contados, sendo que ou era Ermelo ou era a circum-navegação do Monte Farinha. Ganhou a cascata!

Bilhó já tinha feito o ano passado no sentido contrário e às fisgas fui a semana passada. Apesar de tudo há sempre algo novo para ver, especialmente no troço até Bilhó, já que a descer se perde muito do que nos rodeia, cortesia da velocidade. Como desta vez a velocidade era mais reduzida, ficou a ganhar a vertente turística.

Em Mondim paragem para um compal e siga montanha acima. Destilei a bom destilar sob o calor das duas da tarde, e a pulsação andou sempre animada ao longo dos oito quilómetros e meio da subida. Cheguei lá acima em 39m55s e bastante satisfeito com a forma como resisti a baixar o ritmo. Normalmente sou preguiçoso para estas coisas dos treinos de alta intensidade, mas ontem lá fiz o sacrifício.

Desci e acompanhei o meu amigo nos dois quilómetros finais de subida antes de regressarmos novamente ao pórtico dos 4Km para a meta, onde tínhamos a nossa base logística instalada. Banho, almocinho e 5 minutos de papo para o ar, antes de começar a pré-arrumar tudo.

Agitação maior com a chegada dos ciclistas e levanta-se o habitual coro de incentivos. Pelo meio distribuímos umas coca-colas geladinhas que fizeram as delícias dos menos desconfiados, especialmente dos que, na cauda do grupo, já suspiravam por algum açúcar. :D

Feita que estava a festa, toca a empacotar e a secar nas filas até passar o centro de Mondim.

Para o ano, se o senhor presidente da câmara de Mondim de Basto quiser, há mais!
 

mr.al

New Member
André, fizeste quase a mesma coisa que eu no ano passado, também fui de manha até ao ermelo. A diferença é que eu optei por abastecer com "drei Bier bitte" antes de enfrentar o monte, o que me custou uma penosa subida até ao último dos 8km, com uma paragem 'técnica' pelo meio! Este ano era para lá ir fazer uma espécie de vingança, mas o aquecimento de manha correu mal...
Obrigado pela lembrança
Abraço

*e nos próximos dias cuidado com os relatos que colocas por cá, é que não vou poder 'ir na roda'
 
Tu até tens jeito para o fotoshoph! Essa cara limpa e sem suor é claramente á saída de tua casa e o sitio já se sabe qual é, mas nada a apontar. Acho que trabalhas muito bem com os computadores e tal :) brincadeira amigo, boa foto!
 

Ricardu

New Member
André, hás-de me explicar porque as tuas fotos têm sempre uma nitidez e contraste de cores fabulosa. Isso é tratamento pós-foto ou é mesmo a máquina que é muito boa?

Desculpem o "ligeiro" off-topic
 

duchene

Well-Known Member
@mr.al
Vontade seja feita! De facto só volto ao pedal daqui a uns longos dias... mas não há de faltar por aqui boa gente que possa fazer a minha vez em voltas mais malucas. Se daqui a semana e meia já estiveres fino, falamos...

@Daniel
Não sabes estar calado? Se não falasses ninguém ia reparar! Eu sabia que a serra da boneca lá atrás me ia denunciar o esquema, mas até agora tinha resultado...

@Ricardo
Se achas que as minhas fotografias são interessantes, tens de espreitar as do jimlizard!!! :D Pena que ele se dedique mais aos RWD e menos à Willier... :D
Na verdade a máquina é apenas parte da equação. Tanto fotografo com o telemóvel como com uma máquina XPTO. Se o momento for bom e a composição estiver à altura mais de meia foto está feita.

Depois há claro os pózinhos que se dá no pós-processamento. Normalmente como não tenho muita paciência fico-me só pelo básico e, não raras vezes é deveras "martelado". :eek:
 
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